São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2005

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CAPITALISMO VERMELHO

Ministro das Finanças diz que país não decide valor do yuan com base no déficit de nenhuma nação

China refuta pressão para desvalorizar moeda

DA ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM

A China sedia a partir de hoje o encontro dos ministros de Economia e presidentes de bancos centrais de 20 países desenvolvidos e em desenvolvimento, sob renovada pressão dos Estados Unidos para que valorize sua moeda em relação ao dólar.
"Nós não decidimos a cotação da nossa moeda tendo por base o déficit comercial de nenhum país em particular", reagiu o ministro das Finanças da China, Jin Renqing, segundo relato da agência AFX. Renqing é o anfitrião da reunião do G20, que, pela primeira vez, é realizada na China.
Criado em 1999, o G20 reúne países que representam 90% do PIB e 80% do comércio mundial, entre os quais o Brasil. O grupo se reúne todos os anos para discutir problemas relacionados à globalização e ao desenvolvimento.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, chegaram ontem à China para participar da reunião.
Os EUA registraram em agosto o terceiro maior déficit comercial de sua história, provocado em grande parte pelas exportações chinesas. Além de pedir mudanças no câmbio, o secretário do Tesouro americano, John Snow, defendeu nos últimos dois dias maior abertura do sistema financeiro chinês ao capital estrangeiro e o aumento do consumo no país.
Os chineses poupam o equivalente a quase 50% de seu PIB, um dos mais altos percentuais do mundo. Se parte dos recursos fosse destinada ao consumo, haveria grande redução das exportações, já que uma parcela dos produtos destinados a outros países seria comprada pelos próprios chineses. Uma das conseqüências da mudança seria a queda do déficit comercial dos EUA com a China.
O diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, também defendeu maior liberdade na flutuação do yuan, a moeda chinesa.
O fluxo de capital para a China, aliado às exportações e aos investimentos estrangeiros diretos, levaram as reservas internacionais do país a US$ 769 bilhões, US$ 58 bilhões a mais do que em junho.
Os que pedem a valorização do yuan sustentam que a cotação atual, de cerca de 8,10 yuans por dólar, é artificialmente baixa, o que deixa os produtos chineses abaixo do preço de mercado quando exportados. (CLAUDIA TREVISAN)


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