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Emprego formal tem maior alta do ano em setembro
Recuperação da indústria favorece contratações com carteira assinada no país
Pelo 8º mês consecutivo, cadastro do Ministério do Trabalho registra saldo positivo; no 4º tri, ritmo de admissões costuma cair
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A recuperação da indústria
reforçou a criação de postos de
trabalho formais no país em setembro. No oitavo mês consecutivo de saldo positivo no emprego com carteira assinada,
foram geradas 252.617 vagas,
de acordo com dados do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O resultado foi o mais expressivo do
ano e o segundo melhor para o
período na série histórica, iniciada em 1992.
O crescimento no mercado
formal em setembro foi de
0,77%, em decorrência do 1,491
milhão de admissões no mês,
enquanto os desligamentos ficaram em 1,238 milhão. "Agora
nem o mais pessimista pode falar que o resultado não é positivo", afirmou o ministro Carlos
Lupi (Trabalho).
Nos últimos 12 meses, incluindo o período mais agudo
da crise, o saldo de contratações chega a 298.285. Desde janeiro, foram criadas 932.651
vagas de trabalho.
Embora tradicionalmente o
último trimestre apresente um
ritmo menor de geração de postos de trabalho, inclusive com
queda em dezembro, Lupi estima que a recuperação da indústria deva segurar o desempenho pelo menos em outubro.
"O resultado do próximo mês
pode surpreender. Acredito
que vamos criar 1,1 milhão empregos em 2009."
Quase metade das vagas do
mês foi criada nas fábricas, ramo da economia que mais cortou mão de obra na crise, com
destaque para as cadeias produtivas de alimentos, têxteis,
calçados e metalurgia.
A contratação líquida de
123.318 pessoas no mês -recorde na série histórica- deixou positivo pela primeira vez o
acumulado do setor em 2009.
Desde janeiro, a indústria incorporou 62.759 postos.
"O avanço do emprego industrial ocorre em um momento
no qual os empresários normalmente contratam para formar os estoques de fim do ano.
Além disso, vários segmentos
aproveitam para preencher espaços que ficaram vazios na crise", afirmou Fábio Romão, economista da LCA Consultores.
Apenas em 2010
No entanto, o crescimento
ainda não é suficiente para recuperar todas as vagas perdidas
ao longo do último ano. Na
comparação com outubro de
2008, ainda há uma redução de
282.540 vagas na indústria.
"Apesar de ter fôlego para
crescer em outubro e novembro, o emprego nas fábricas só
deve igualar o patamar pré-crise no fim do primeiro semestre
de 2010", disse Romão.
Em setembro, o aquecimento em São Paulo possibilitou a
geração de 59.547 empregos, o
melhor resultado absoluto do
país. O total de contratados na
indústria paulista superou em
21.146 o de dispensados.
A maior expansão do emprego ocorreu no Nordeste, com a
criação de 100.442 vagas no
mês passado, principalmente
nas usinas de açúcar. Além disso, segundo o coordenador do
Centro Políticas Sociais da
FGV, Marcelo Neri, os programas de transferência de renda
também influem no resultado.
"Esses repasses e o efeito
previdenciário do aumento do
salário mínimo" também podem explicar essa alta, disse.
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