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SIDERURGIA
Perda foi de R$ 216 mi
Vale tem o 1º prejuízo após ser privatizada
ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Nem mesmo uma das maiores
exportadoras do país conseguiu
escapar do impacto da desvalorização cambial. A Vale do Rio Doce teve prejuízo de R$ 216 milhões
no terceiro trimestre deste ano.
Foi o primeiro resultado negativo
da empresa desde a sua privatização, em 1997.
Protegida por ter a maior parte
de suas receitas em dólar, a Vale
sempre ficara inume às oscilações
cambiais. Desta vez, foi diferente:
a alta da moeda americana pesou
sobre suas dívidas -95% delas
em dólar. A Vale não fez hedge
(proteção) cambial para seu endividamento, que chegou a US$
3,55 bilhões em 30 de setembro.
A Vale exporta cerca de 70% de
sua produção, o que representou
US$ 2,3 bilhões no acumulado do
ano até setembro. Cerca de 80%
de suas receitas são em dólar.
Apesar de influenciar negativamente o endividamento, o câmbio teve também efeito positivo:
elevou em 20% o faturamento da
companhia. A receita ficou em R$
5,78 bilhões de janeiro a setembro, contra R$ 4,8 bilhões no mesmo período de 2001.
Ao explicar o motivo de a Vale
não ter se protegido, o diretor financeiro da empresa, Fábio Barbosa, disse que a companhia tem
"um hedge natural" que é justamente o fato de ser exportadora.
"A Vale se beneficia claramente
da desvalorização cambial, apesar
de, no curto prazo, ter tido efeito
negativo", disse Barbosa.
O prejuízo no terceiro trimestre
corroeu o desempenho da Vale
no ano. O lucro acumulado nos
nove meses foi de R$ 502,2 milhões -79,2% menor do que o
registrado no mesmo período de
2001 -de R$ 2,41 bilhões.
Até setembro, a Vale produziu
106,9 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, com aumento de 11,2% sobre o mesmo
período de 2001 (96,1 milhões).
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