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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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Alta dos gastos não afeta país, dizem analistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento dos gastos de brasileiros com turismo e com cartões de crédito no exterior não representa um perigo para a conta de transações correntes, na avaliação de economistas.
Marcelo Nonnenberg, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), argumenta que, entre 1996 e o início de 1999 (pré-desvalorização), os gastos mensais médios com cartões de crédito no exterior oscilavam entre US$ 250 milhões e US$ 350 milhões. Nos nove primeiros meses do ano, ficaram entre US$ 70 milhões e US$ 130 milhões. A chamada conta de turismo acumula entre US$ 40 milhões e US$ 90 milhões em gastos mensais -ela ficava entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões antes do colapso do real.
"É fato que esses gastos estão evoluindo ao longo do ano por conta da apreciação do real. Mas, se considerarmos que hoje representam um terço do que eram em 1996, não será isso que faria as contas não fecharem", afirma.
"O Brasil passou por um ajuste cambial fortíssimo. Não há a menor chance de voltarmos aos níveis pré-desvalorização. Em 13 de janeiro de 1999 (data do fim do regime de câmbio fixo), o dólar estava a R$ 1,20, hoje caminha para R$ 3. Sem contar que o principal item dessas contas é a balança comercial, e ela vai bem", diz Hugo Penteado, economista-chefe da ABN Asset Management.
A conta de transações correntes é um dos principais indicadores de vulnerabilidade externa do país. Nela são englobadas exportações e importações, pagamento de juros, remessas de lucros e dividendos, gastos com transportes, aluguel de equipamentos e gastos em viagens internacionais. O Ipea prevê que o país feche 2003 com saldo positivo de US$ 1 bilhão nas contas externas -desde 1992, o saldo não é positivo.


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