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Alta dos gastos não afeta país, dizem analistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento dos gastos de brasileiros com turismo e com cartões
de crédito no exterior não representa um perigo para a conta de
transações correntes, na avaliação
de economistas.
Marcelo Nonnenberg, do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), argumenta que, entre
1996 e o início de 1999 (pré-desvalorização), os gastos mensais médios com cartões de crédito no exterior oscilavam entre US$ 250
milhões e US$ 350 milhões. Nos
nove primeiros meses do ano, ficaram entre US$ 70 milhões e US$
130 milhões. A chamada conta de
turismo acumula entre US$ 40
milhões e US$ 90 milhões em gastos mensais -ela ficava entre
US$ 150 milhões e US$ 200 milhões antes do colapso do real.
"É fato que esses gastos estão
evoluindo ao longo do ano por
conta da apreciação do real. Mas,
se considerarmos que hoje representam um terço do que eram em
1996, não será isso que faria as
contas não fecharem", afirma.
"O Brasil passou por um ajuste
cambial fortíssimo. Não há a menor chance de voltarmos aos níveis pré-desvalorização. Em 13 de
janeiro de 1999 (data do fim do regime de câmbio fixo), o dólar estava a R$ 1,20, hoje caminha para
R$ 3. Sem contar que o principal
item dessas contas é a balança comercial, e ela vai bem", diz Hugo
Penteado, economista-chefe da
ABN Asset Management.
A conta de transações correntes
é um dos principais indicadores
de vulnerabilidade externa do
país. Nela são englobadas exportações e importações, pagamento
de juros, remessas de lucros e dividendos, gastos com transportes,
aluguel de equipamentos e gastos
em viagens internacionais. O Ipea
prevê que o país feche 2003 com
saldo positivo de US$ 1 bilhão nas
contas externas -desde 1992, o
saldo não é positivo.
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