O presidente Lula não se mostrou satisfeito com o pacote fiscal apresentado ontem pela equipe econômica para levar o país a crescer 5% ao ano. Ele pediu medidas mais ousadas que conduzam o país ao desenvolvimento e marcou nova reunião para a próxima semana.
Por diversas vezes, Lula manifestou de forma enfática essa insatisfação. Ao final da apresentação, fez a seguinte afirmação: "Tudo isso aí é muito bom, mas não é desenvolvimento". Mais à frente, declarou: "Com essa mesmice, não se vai a lugar nenhum".
Lula demonstrou de forma clara que não quer também a reforma da Previdência, como defendia parte da equipe econômica. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, chegou até a começar a apresentar sua proposta de desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo, mas não falou por muito tempo. Lula o interrompeu dizendo que não quer mexer na Previdência.
O pacote apresentado ontem se concentrou principalmente nas medidas com objetivo de congelar os gastos correntes do setor público, além de propor uma redução gradual da CPMF para empresas e consumidores, desoneração tributária de uma série de setores, principalmente para investimentos e exportações, e algumas medidas de incentivos a investimento em infra-estrutura.
Lula considerou o pacote tímido, insuficiente para fazer o país crescer 5% ao ano. Ele quer criar condições para aumentar os investimentos tanto do setor público quanto do privado.
Nos últimos dias, a meta fixada por Lula de o país crescer a taxas de 5% anuais tem sido bastante questionada. O próprio senador Aloizio Mercadante (PT-SP), em recente discurso no plenário do Senado, criticou a política econômica do governo e disse que será impossível atingir esse objetivo se não houver mudança de rumo. Mercadante criticou principalmente o excesso de gastos.
Na segunda-feira, o Ipea, que é ligado ao Ministério do Planejamento, divulgou documento afirmando que o Brasil não irá crescer 5% nos próximos anos. Segundo o texto, esse ritmo de crescimento só seria atingido em 2017, mesmo assim depois das reformas.
Lula quer que a equipe econômica apresente uma proposta que desminta todas essas previsões pessimistas e que torne o desenvolvimento a principal marca do seu segundo mandato.

Livro mostra análise do Brasil e da Espanha

O livro "Democracia, Descentralização e Desenvolvimento: Brasil e Espanha" (Editora FGV), organizado por Sônia Fleury, será lançado no próximo dia 24, no Rio. Nele, pesquisadores brasileiros e espanhóis discutem os processos recentes de descentralização, de consolidação democrática e de retomada do desenvolvimento nos dois países.

RECRUTAMENTO
Depois de dois anos da aliança entre a empresa brasileira de recrutamento de executivos Fesa Global Recruiters e a multinacional IIC Partners, uma das maiores do setor, Alfredo José Assumpção, sócio fundador da Fesa, foi convidado para assumir um cargo na alta direção do grupo internacional parceiro. Assumpção, que é o primeiro brasileiro a assumir esse tipo de função em um grupo internacional de recrutamento de altos executivos, foi nomeado o diretor das Américas para a IIC Partners. Na função, a meta dele é "aumentar de 8 para 20 o número de practice groups", que são equipes de especialistas em diferentes segmentos. Assumpção permanece na presidência da Fesa.

VIDA NOVA
Geraldo Alckmin acertou sua primeira palestra. Será em março, em SP, para o Lidem, grupo feminino do Lide, sobre qualidade de vida.

ALTA COTAÇÃO
A Mittal, a maior siderúrgica mundial, está concluindo o processo de escolha do executivo que irá tocar, em Londres, os investimentos para a área de mineração. O brasileiro José Francisco Martins Viveiros, ex-diretor da Vale do Rio Doce, é um dos mais cotados.

FORÇA E PRESTÍGIO
Foi marcada, para o dia 28, a posse de Armando Monteiro, em Brasília, para o segundo mandato à frente da CNI. Lula, Renan Calheiros, Aldo Rebelo, todos os governadores, senadores e deputados foram convidados. A CNI irá virar o centro da República por um dia.

BRASUCA
O Mattos Filho Advogados foi o único brasileiro indicado para concorrer ao prêmio latino da tradicional publicação inglesa "Chambers and Partners".

COMEMORAÇÃO
Alexandre Gama e seus sócios da Neogama/BBH comemoraram ontem, com a presença de Simon Sherwood, (BBH, Londres), em um jantar no restaurante A Figueira (SP), a conquista da conta da Renault. A conta é estimada em R$ 70 milhões.

BOLSA
A cúpula da MRS nega, mas corre dentro da empresa o plano de lançar ações da companhia em Bolsa.

GUERRA DAS COLAS
Apesar da Coca-Cola ter perdido participação em outubro, nos resultados acumulados de 2006, a empresa tem ganhado mercado, segundo a AC Nielsen. A Coca-Cola alcançou a marca de 54,5% nos dez primeiros meses de 2006, contra 53,3% no fechamento de 2005. No mesmo período, a AmBev se manteve na fatia de 16,9% do segmento. A marca Coca-Cola cresceu, de 36,6% para 37,7%. A marca Pepsi perdeu 0,2%.


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