São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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PETRÓLEO

Petrobras e PDVSA descobrem um megacampo na Venezuela

DA SUCURSAL DO RIO

Em investimento conjunto, as estatais Petrobras, brasileira, e PDVSA, venezuelana, conseguiram identificar na bacia do rio Orinoco, na Venezuela, um campo gigante de petróleo com reservas de 9 bilhões de barris.
É um volume superior ao reservatório de 8 bilhões de barris do campo de Marlim, o maior do Brasil, localizado na bacia de Campos (litoral do Rio de Janeiro).
O projeto é a contrapartida da Petrobras ao investimento da PDVSA na refinaria de Pernambuco, cujas participações acionárias de cada empresa ainda estão em fase de definição, segundo José Sergio Gabrielli, presidente da estatal brasileira. Com inauguração prevista para 2011, a unidade demandará investimentos de US$ 2,5 bilhões a US$ 2,8 bilhões.
"Esse projeto está associado à refinaria. É a contrapartida da refinaria", disse Gabrielli, que esteve anteontem na Venezuela com o presidente Lula na inauguração de uma ponte financiada pelo BNDES.
Segundo Gabrielli, as companhias já obtiveram a "certificação das reservas provadas" do campo de Carabobo 1 na bacia terrestre do rio Orinoco. No jargão da indústria do petróleo, isso significa que há a comprovação da existência do óleo e de que ele pode ser explorado -nem todos os volumes de óleo descobertos têm viabilidade de produção, dependendo do seu tipo e de sua acomodação no subsolo.
Ao todo, a PDVSA conseguiu comprovar que existem reservas de 45,4 bilhões de barris de óleo no bloco de Carabobo, subdividido em vários campos a serem explorados em conjunto com outras empresas.
Não está acertada ainda, segundo Gabrielli, a participação acionária da Petrobras no projeto. Pelas leis da Venezuela, a PDVSA tem de controlar, ao menos, 51% dos campos de petróleo do país, por meio de empresas mistas criadas com outras companhias.
Segundo Gabrielli, o óleo do campo é do tipo "ultrapesado" -de menor valor comercial e mais difícil de ser explorado.
Para o especialista em petróleo Guiseppe Bacoccoli, pesquisador da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia), da UFRJ, o óleo do Orinoco é considerado pela comunidade internacional de petróleo como "não-convencional", ou seja, de difícil aproveitamento comercial por ser muito pesado. (PEDRO SOARES)

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