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PETRÓLEO
Petrobras e PDVSA descobrem um megacampo na Venezuela
DA SUCURSAL DO RIO
Em investimento conjunto, as estatais Petrobras, brasileira, e PDVSA, venezuelana, conseguiram identificar
na bacia do rio Orinoco, na
Venezuela, um campo gigante de petróleo com reservas
de 9 bilhões de barris.
É um volume superior ao
reservatório de 8 bilhões de
barris do campo de Marlim, o
maior do Brasil, localizado
na bacia de Campos (litoral
do Rio de Janeiro).
O projeto é a contrapartida
da Petrobras ao investimento da PDVSA na refinaria de
Pernambuco, cujas participações acionárias de cada
empresa ainda estão em fase
de definição, segundo José
Sergio Gabrielli, presidente
da estatal brasileira. Com
inauguração prevista para
2011, a unidade demandará
investimentos de US$ 2,5 bilhões a US$ 2,8 bilhões.
"Esse projeto está associado à refinaria. É a contrapartida da refinaria", disse Gabrielli, que esteve anteontem
na Venezuela com o presidente Lula na inauguração
de uma ponte financiada pelo BNDES.
Segundo Gabrielli, as companhias já obtiveram a "certificação das reservas provadas" do campo de Carabobo 1
na bacia terrestre do rio Orinoco. No jargão da indústria
do petróleo, isso significa
que há a comprovação da
existência do óleo e de que
ele pode ser explorado
-nem todos os volumes de
óleo descobertos têm viabilidade de produção, dependendo do seu tipo e de sua
acomodação no subsolo.
Ao todo, a PDVSA conseguiu comprovar que existem
reservas de 45,4 bilhões de
barris de óleo no bloco de Carabobo, subdividido em vários campos a serem explorados em conjunto com outras
empresas.
Não está acertada ainda,
segundo Gabrielli, a participação acionária da Petrobras
no projeto. Pelas leis da Venezuela, a PDVSA tem de
controlar, ao menos, 51% dos
campos de petróleo do país,
por meio de empresas mistas
criadas com outras companhias.
Segundo Gabrielli, o óleo
do campo é do tipo "ultrapesado" -de menor valor comercial e mais difícil de ser
explorado.
Para o especialista em petróleo Guiseppe Bacoccoli,
pesquisador da Coppe
(Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em
Engenharia), da UFRJ, o
óleo do Orinoco é considerado pela comunidade internacional de petróleo como
"não-convencional", ou seja,
de difícil aproveitamento comercial por ser muito pesado.
(PEDRO SOARES)
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