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BR manterá política de expansão do gás veicular, diz Dutra
Apesar da crise de abastecimento, presidente da subsidiária da Petrobras afirma que não vai modificar atuação da companhia
"Somos uma empresa que disputa mercado. Não cabe a nós discutir a formulação de políticas", argumenta José Eduardo Dutra
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar do discurso do governo de desestímulo ao consumo
de GNV (Gás Natural Veicular),
o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, afirmou ontem que pretende manter a política para o combustível. A BR é uma subsidiária da
Petrobras. Segundo Dutra, a
empresa acompanhará o movimento do mercado, ou seja, se a
demanda crescer, investirá
mais no setor.
"Somos uma empresa comercial que disputa mercado.
Não cabe a nós discutir a formulação de políticas", disse. De
acordo com Dutra, o ritmo de
conversão de carros para o gás
tem se desacelerado: passou de
2% no ano passado para 1,2%
neste ano. O mercado de carros
a gás hoje é da ordem de 1,4 milhão de veículos.
"Cabe à BR acompanhar a
evolução do mercado e se preparar para atender o mercado
que existe, nós não vamos fazer
política de gás", disse.
Dutra afirmou que a empresa
só pretende expandir sua rede
de postos GNV onde houver
mais oferta de gás e citou Brasília como exemplo. "Foi um projeto feito pela Petrobras em
2004 em parceria com a White
Martins para testar o mercado
de gás onde ainda não tinha gasoduto. Dessa forma, uma empresa chamada Gás Local compra gás da Petrobras, liqüefaz e
leva para as regiões onde não
tem gasoduto para testar a potencialidade do mercado."
Dutra defendeu a mudança
na regulamentação do setor de
petróleo após a descoberta do
campo de Tupi, na bacia de
Santos, e que pode ter de 5 bilhões a 8 bilhões de barris de
petróleo e gás. Segundo ele, que
já foi presidente da Petrobras,
quando a lei do petróleo foi
aprovada no Congresso, o país
tinha reservas de 6 bilhões de
barris e produzia 600 mil barris/dia, menos da metade do
consumo nacional. Atualmente, o país conta com 14 bilhões
de barris em reservas.
"Essa descoberta exige uma
nova discussão. Se for necessária a mudança da lei, isso passará pelo Congresso, a sociedade
vai debater, e nada será feito da
noite para o dia", disse.
De janeiro a setembro, as
vendas de combustíveis da BR
cresceram 6,6% em relação a
igual período do ano passado, o
que significa um volume 4 bilhões de litros maior do que o
de igual período do ano passado. O álcool registrou uma taxa
de expansão superior a 30%.
Segundo Dutra, o crescimento
foi resultado da maior fiscalização no setor, principalmente
em São Paulo. O diesel teve alta
de 4,5%, e o querosene de aviação, de 9%. As vendas de gasolina cresceram apenas 0,7%.
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