São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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BR manterá política de expansão do gás veicular, diz Dutra

Apesar da crise de abastecimento, presidente da subsidiária da Petrobras afirma que não vai modificar atuação da companhia

"Somos uma empresa que disputa mercado. Não cabe a nós discutir a formulação de políticas", argumenta José Eduardo Dutra

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar do discurso do governo de desestímulo ao consumo de GNV (Gás Natural Veicular), o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, afirmou ontem que pretende manter a política para o combustível. A BR é uma subsidiária da Petrobras. Segundo Dutra, a empresa acompanhará o movimento do mercado, ou seja, se a demanda crescer, investirá mais no setor.
"Somos uma empresa comercial que disputa mercado. Não cabe a nós discutir a formulação de políticas", disse. De acordo com Dutra, o ritmo de conversão de carros para o gás tem se desacelerado: passou de 2% no ano passado para 1,2% neste ano. O mercado de carros a gás hoje é da ordem de 1,4 milhão de veículos.
"Cabe à BR acompanhar a evolução do mercado e se preparar para atender o mercado que existe, nós não vamos fazer política de gás", disse.
Dutra afirmou que a empresa só pretende expandir sua rede de postos GNV onde houver mais oferta de gás e citou Brasília como exemplo. "Foi um projeto feito pela Petrobras em 2004 em parceria com a White Martins para testar o mercado de gás onde ainda não tinha gasoduto. Dessa forma, uma empresa chamada Gás Local compra gás da Petrobras, liqüefaz e leva para as regiões onde não tem gasoduto para testar a potencialidade do mercado."
Dutra defendeu a mudança na regulamentação do setor de petróleo após a descoberta do campo de Tupi, na bacia de Santos, e que pode ter de 5 bilhões a 8 bilhões de barris de petróleo e gás. Segundo ele, que já foi presidente da Petrobras, quando a lei do petróleo foi aprovada no Congresso, o país tinha reservas de 6 bilhões de barris e produzia 600 mil barris/dia, menos da metade do consumo nacional. Atualmente, o país conta com 14 bilhões de barris em reservas.
"Essa descoberta exige uma nova discussão. Se for necessária a mudança da lei, isso passará pelo Congresso, a sociedade vai debater, e nada será feito da noite para o dia", disse.
De janeiro a setembro, as vendas de combustíveis da BR cresceram 6,6% em relação a igual período do ano passado, o que significa um volume 4 bilhões de litros maior do que o de igual período do ano passado. O álcool registrou uma taxa de expansão superior a 30%. Segundo Dutra, o crescimento foi resultado da maior fiscalização no setor, principalmente em São Paulo. O diesel teve alta de 4,5%, e o querosene de aviação, de 9%. As vendas de gasolina cresceram apenas 0,7%.


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