São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Juro na zona do euro deve cair mais

Com desaceleração da inflação, BCE deve reduzir a taxa mais uma vez em dezembro

Segundo a Comissão Européia, países estariam dispostos a ceder sua cota de decisão em organismos como FMI e Banco Mundial

DE GENEBRA

A retração do bloco formado pelos 15 países que usam o euro como moeda oficial aumentou as expectativas de que o BCE (Banco Central Europeu) reduzirá novamente a taxa de juros na reunião do mês que vem, ainda mais que a inflação continua se desacelerando.
Isso ficou claro ontem com o anúncio de que a inflação anual na zona do euro caiu de 3,6% em setembro para 3,2% no mês passado -em julho, a alta dos preços atingiu o recorde de 4%, afetada pelo aumento nos preços de energia e alimentos, mas vem caindo desde então.
O corte nos juros na reunião de dezembro do BCE não vem sendo descartado nem pelo presidente da entidade, Jean-Claude Trichet, que, quando sinaliza uma redução na taxa, geralmente ela se consuma.
Além de voltar ontem a não descartar mais um corte na taxa de juros dos 15 países da zona do euro, Trichet falou ontem que os dados negativos no crescimento da região já eram esperados. "Nós tínhamos essa informação, não é surpreendente. Nós tínhamos dito que a economia real foi atingida pelas turbulências [no setor financeiro]", afirmou em entrevista à TV Bloomberg.
Em suas duas intervenções na política monetária desde o início de outubro, o BCE reduziu os juros em um ponto percentual. O último corte, de 0,5 ponto percentual, para 3,25%, ocorreu na semana passada. O primeiro deles, de mesmo tamanho, foi realizado em conjunto com outros BCs mundiais, como o dos Estados Unidos e o do Reino Unido.

Divisão de poder
Enquanto na economia a Europa perde terreno, no campo político o continente começa a se acostumar a dividir poder. Segundo o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, os membros da UE estariam dispostos a ceder sua cota de decisão nos organismos internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, para torná-los mais representativos.
"Pelos contatos que eu tive, o espírito geral é uma abertura a acomodar um papel crescente das economias emergentes", disse Barroso,. Na proposta que UE aprovou na semana passada para ser levada a Washington hoje, os emergentes não são lembrados. (MARCELO NINIO)

Com a Redação



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