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Juro na zona do euro deve cair mais
Com desaceleração da inflação, BCE deve reduzir a taxa mais uma vez em dezembro
Segundo a Comissão Européia, países estariam dispostos a ceder sua cota de decisão em organismos como FMI e Banco Mundial
DE GENEBRA
A retração do bloco formado
pelos 15 países que usam o euro
como moeda oficial aumentou
as expectativas de que o BCE
(Banco Central Europeu) reduzirá novamente a taxa de juros
na reunião do mês que vem,
ainda mais que a inflação continua se desacelerando.
Isso ficou claro ontem com o
anúncio de que a inflação anual
na zona do euro caiu de 3,6%
em setembro para 3,2% no mês
passado -em julho, a alta dos
preços atingiu o recorde de 4%,
afetada pelo aumento nos preços de energia e alimentos, mas
vem caindo desde então.
O corte nos juros na reunião
de dezembro do BCE não vem
sendo descartado nem pelo
presidente da entidade, Jean-Claude Trichet, que, quando sinaliza uma redução na taxa, geralmente ela se consuma.
Além de voltar ontem a não
descartar mais um corte na taxa de juros dos 15 países da zona do euro, Trichet falou ontem
que os dados negativos no crescimento da região já eram esperados. "Nós tínhamos essa informação, não é surpreendente. Nós tínhamos dito que a
economia real foi atingida pelas
turbulências [no setor financeiro]", afirmou em entrevista
à TV Bloomberg.
Em suas duas intervenções
na política monetária desde o
início de outubro, o BCE reduziu os juros em um ponto percentual. O último corte, de 0,5
ponto percentual, para 3,25%,
ocorreu na semana passada. O
primeiro deles, de mesmo tamanho, foi realizado em conjunto com outros BCs mundiais, como o dos Estados Unidos e o do Reino Unido.
Divisão de poder
Enquanto na economia a Europa perde terreno, no campo
político o continente começa a
se acostumar a dividir poder.
Segundo o presidente da Comissão Européia, José Manuel
Barroso, os membros da UE estariam dispostos a ceder sua
cota de decisão nos organismos
internacionais, como o FMI e o
Banco Mundial, para torná-los
mais representativos.
"Pelos contatos que eu tive, o
espírito geral é uma abertura a
acomodar um papel crescente
das economias emergentes",
disse Barroso,. Na proposta que
UE aprovou na semana passada
para ser levada a Washington
hoje, os emergentes não são
lembrados.
(MARCELO NINIO)
Com a Redação
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