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Varejo nos EUA tem queda recorde
Vendas registraram a maior contração em 16 anos, reflexo da contenção de gastos pelos americanos
Grande parte das redes que registraram aumento nas vendas é conhecida pelos preços mais baixos, como
Wal-Mart e McDonald's
DA REDAÇÃO
Em mais um sinal do mau
momento da economia norte-americana, as vendas do varejo
nos Estados Unidos tiveram
em outubro a maior queda desde 1992 (quando o índice começou a ser medido pelo padrão
atual), reflexo do freio nos gastos pelos consumidores.
No quarto mês consecutivo
de queda, as vendas do varejo
recuaram 2,8% em outubro na
comparação com setembro,
quando elas tinham caído 1,3%.
O pior resultado até então era
de queda de 2,65%, em novembro de 2001, logo após os ataques terroristas e quando a economia dos EUA enfrentou o
seu último período de recessão.
A última vez em que as vendas do varejo americano recuaram por quatro meses seguidos
foi em 1974, mas, na época, o
cálculo era diferente.
As vendas do varejo são um
importante sinalizador de
quanto e onde os americanos
estão gastando, e os dados divulgados pelo Departamento
do Comércio mostram que eles
estão cortando o consumo em
praticamente todas as áreas. As
vendas do setor automotivo,
por exemplo, recuaram 5,5%.
"É um período muito ruim
para o consumidor. A não ser
que seja algo muito atraente ou
realmente necessário, ele não
está indo ao shopping center,
ele não está gastando", diz Eric
Beder, analista de varejo da
Brean Murray and Company.
O consumo é o principal motor da economia americana, representando pouco mais de
70% do PIB. Com os gastos dos
consumidores se retraindo em
3,1% no terceiro trimestre, o
PIB da maior economia mundial teve queda de 0,3% de julho a setembro -e a expectativa é que ele seja negativo novamente neste trimestre, o que
configurará a definição mais
usual de recessão.
O resultado das vendas do varejo foi pior do que o esperado
por analistas, mas a queda não
pode ser considerada surpreendente. Nos últimos dias,
grandes redes de lojas dos EUA,
como Gap e Target, apresentaram recuos expressivos nas
suas vendas no mês passado
ante o mesmo período de 2007.
Ontem, a JCPenney, a terceira maior loja de departamento
dos Estados Unidos, anunciou
que seu lucro de julho a setembro recuou pelo quinto trimestre seguido e projetou queda de
11% nas vendas de outubro a
dezembro, época tradicionalmente positiva para o varejo,
devido aos feriados de fim de
ano. Em outubro, as vendas da
loja já tinham recuado 13%.
No começo da semana, a Circuit City, segunda maior rede
dos EUA de varejo de eletroeletrônicos, pediu concordata. O
principal problema no momento, segundo a companhia, é que
seus grandes fornecedores estão se recusando a vender a crédito. A sua principal rival, a
Best Buy, afirmou que suas
vendas em outubro caíram
7,8% e que "mudanças rápidas,
sísmicas no comportamento do
consumidor criaram o clima
mais difícil que já vimos."
Grande parte das redes que
tiveram aumento nas vendas é
conhecida pelos preços mais
baixos, como Wal-Mart e
McDonald's, outro sinal de que
os consumidores estão buscando alternativas mais baratas.
Com o "New York Times"
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