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AVIAÇÃO
Embora emissão seja menor em relação a 2002, Varig, TAM e Vasp ganham mais com a venda de bilhetes neste ano
Cresce a receita de aéreas com passagens
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em outubro, a quantidade de
bilhetes emitidos por Varig, TAM
e Vasp em agências de viagens
caiu 19% em relação ao mesmo
mês de 2002, segundo a Iata. Em
contrapartida, a receita com as
vendas desses bilhetes subiu pela
primeira vez no ano: 4,5% na
mesma comparação.
Ou seja, as empresas ganharam
mais mesmo vendendo menos
passagens. É o que mostram dados da Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo), entidade responsável pela distribuição e processamento de bilhetes
dessas companhias aéreas nas
agências de viagens.
O montante de bilhetes emitidos vem caindo mais do que a receita com vendas dessas passagens desde maio deste ano.
A TAM está representada apenas parcialmente nesses números, já que distribui a maior parte
de suas passagens aéreas fora do
sistema da Iata. Os dados da Gol
não entram nessa conta porque a
empresa tem um sistema de distribuição próprio de bilhetes.
Redução ou corte dos descontos
que vinham sendo praticados do
ano passado para cá é a razão
mais provável, segundo analistas,
para esse ganho maior: os passageiros estão pagando mais pelos
mesmos bilhetes, após a guerra de
tarifas entre as principais companhias em 2002.
"Essa queda na emissão de bilhetes é consequência em parte do
compartilhamento de vôos entre
Varig e TAM, que reduziu a oferta. Os ganhos aumentaram porque provavelmente houve redução ou corte dos descontos", analisa Carlos Albano, consultor especializado do Unibanco.
Compartilhamento
O analista também atribuiu a redução na oferta à restrição de rotas e importações de aeronaves
por parte do governo em 2003.
Varig e TAM compartilham
vôos desde março deste ano. A
Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), do Ministério da Fazenda, analisa esse acordo operacional para saber se o
consumidor foi ou não prejudicado em relação a tarifas.
As duas companhias negam que
os dados da Iata sejam representativos para determinar se houve
ou não aumento de preços. Isso
porque, segundo as empresas
afirmaram por meio de suas assessorias de imprensa, as passagens não são todas distribuídas
por esse sistema. De acordo com a
TAM, 64% de seus bilhetes são
emitidos via internet, ou seja, não
passam pelo sistema da associação. No entanto agências de viagens afirmam que os descontos
em passagens aéreas realmente
estão menores neste ano.
Mais caro
Segundo Leonel Rossi Júnior,
diretor da Abav (Associação Brasileira dos Agentes de Viagem),
no ano passado uma passagem na
ponte aérea Rio/São Paulo custava cerca de R$ 320, em média.
Neste ano, a mais barata custa
cerca de R$ 500.
"Mas é um sintoma positivo. O
mercado estava praticando preços tão baixos que as companhias
podiam quebrar se continuassem
a manter aqueles descontos", diz.
De acordo com o presidente do
Cade (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica), João
Grandino Rodas, o órgão solicitou há algumas semanas o estudo
sobre o compartilhamento de
vôos entre as duas companhias
(Varig e TAM) que vem sendo
realizado pela Seae.
"O Cade não deve ficar esperando que daqui a muito tempo as
empresas digam que não vai mais
ter fusão", disse Rodas. Segundo
ele, existe uma disposição para
abreviar esse processo.
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