São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

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Febraban nega derrota e diz que nada mudará

Para os bancos, juros serão julgados caso a caso

DA REPORTAGEM LOCAL

O impacto da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) na vida real do consumidor bancário depende da ótica de quem interpreta o julgamento de ontem. Para a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), "o julgamento em nada altera o ambiente de negócios das instituições financeiras, que, desde a vigência do CDC [Código de defesa do Consumidor], em 1990, especialmente na fase de tramitação da Adin, fizeram as adaptações necessárias em seus contratos e procedimentos, para se adequarem às disposições previstas no Código", diz nota oficial da entidade.
A nota acrescenta que, "quanto à regulação da taxa de juros com base no CDC, a manifestação majoritária do Supremo foi no sentido de que a questão deve ser tratada em cada caso concreto, não havendo necessidade, no entanto, de ressalva a respeito na decisão proferida, mesmo porque a Corte reconheceu que o Código de Defesa do Consumidor não trata, em nenhuma de suas disposições, de juros".
Já Maria Inês Dolci, coordenadora institucional do Protest, considerou a decisão favorável ao consumidor. "Ao julgar a Adin dos Bancos, em junho, o Supremo não deixou claro se o Código poderia ser usado na questão dos juros. Agora, os bancos vão ter que se adequar."
Segundo Dolci, que é colunista da Folha, o acórdão (decisão final proferida sobre um processo por tribunal superior, que funciona como paradigma para solucionar casos análogos) da Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) dos Bancos, publicada em outubro, gerou dúvidas e motivou a consulta das entidades de defesa do consumidor. ao STF
Para Joahn Ribeiro, assessor jurídico da Febraban, o acórdão já deixava claro que três questões referentes às relações financeiras, como empréstimos e financiamentos, ficariam fora das normas do CDC. Ou seja: não obedeceriam ao CDC. Para ele, a decisão do STF, de ontem, "nada mudou".


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