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Mercado interno de carros está "bombando", diz Lula
Presidente discursou em São Bernardo durante lançamento de carro da Ford
Montadora afirma que investimentos totais que fará no país chegarão a R$ 2,2 bilhões até 2011; ontem foi lançado o novo Ka
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
O presidente Lula afirmou
ontem, durante lançamento do
novo Ka, na fábrica da Ford em
São Bernardo (Grande São
Paulo), que o mercado externo
está crescendo e que o mercado
interno está "bombando" para
a indústria automobilística.
Por 20 anos, de acordo com o
presidente, o setor viveu o drama de ver o mercado externo
forte em um momento em que
o consumo doméstico estava
fraco, e vice-versa. "O que está
acontecendo hoje? O mercado
externo está crescendo e o mercado interno está "bombando"."
A Ford lançou ontem o novo
Ka, que chega às concessionárias entre janeiro e início de fevereiro e que em seu modelo
mais básico, que terá travas elétricas e abertura das portas
com controle remoto, custará
R$ 25.190. A montadora acredita que esses diferenciais vão
ajudá-la na briga com modelos
equivalentes da concorrência.
O investimento para produzir o carro popular foi de R$
350 milhões. Cerca de 90% desse montante veio da devolução
de créditos do ICMS pelo governo do Estado de São Paulo-
um decreto dá prioridade à devolução do imposto (a que as
montadoras que exportam têm
direito) caso haja investimentos produtivos no Estado.
Ontem, o governador do Estado de São Paulo, José Serra
(PSDB), anunciou durante o
lançamento que esse decreto
foi prorrogado até 2010.
Segundo a Ford, os investimentos totais da montadora no
país serão de R$ 2,2 bilhões entre 2007 e 2011 e de R$ 300 milhões, no mesmo período, apenas para caminhões. Na Argentina, foram anunciados US$
160 milhões em investimentos.
O presidente da Ford no Brasil, Marcos de Oliveira, não revelou qual será a produção do
novo modelo, mas adiantou
que ainda não há planos para
um segundo turno na fábrica.
"Acreditamos que as vendas do
mercado como um todo devem
crescer entre 12% e 15% no ano
que vem e que as exportações
devem se manter", declarou.
Ontem, em uma referência
ao boom de financiamentos no
país, Lula atribuiu o atual crescimento à percepção, pelas
montadoras, de que não podem
oferecer produtos apenas para
a classe média mas também para a classe média baixa, mais
preocupada com o valor da
prestação do que com o preço
total do carro. Lula disse ainda
que o trabalhador quer "uma
casa, casar com uma mulher
bonita e ter um carro bom".
O presidente reclamou que
não foi levado a sério quando
previu, em agosto de 2003, que
o país registraria o "espetáculo
do crescimento" da economia.
"Quando eu falei, fui achincalhado durante um ano. E hoje
não há uma linha de autocrítica
de que o PIB foi de 5,7%".
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