São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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Mercado interno de carros está "bombando", diz Lula

Presidente discursou em São Bernardo durante lançamento de carro da Ford

Montadora afirma que investimentos totais que fará no país chegarão a R$ 2,2 bilhões até 2011; ontem foi lançado o novo Ka

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE

O presidente Lula afirmou ontem, durante lançamento do novo Ka, na fábrica da Ford em São Bernardo (Grande São Paulo), que o mercado externo está crescendo e que o mercado interno está "bombando" para a indústria automobilística.
Por 20 anos, de acordo com o presidente, o setor viveu o drama de ver o mercado externo forte em um momento em que o consumo doméstico estava fraco, e vice-versa. "O que está acontecendo hoje? O mercado externo está crescendo e o mercado interno está "bombando"."
A Ford lançou ontem o novo Ka, que chega às concessionárias entre janeiro e início de fevereiro e que em seu modelo mais básico, que terá travas elétricas e abertura das portas com controle remoto, custará R$ 25.190. A montadora acredita que esses diferenciais vão ajudá-la na briga com modelos equivalentes da concorrência.
O investimento para produzir o carro popular foi de R$ 350 milhões. Cerca de 90% desse montante veio da devolução de créditos do ICMS pelo governo do Estado de São Paulo- um decreto dá prioridade à devolução do imposto (a que as montadoras que exportam têm direito) caso haja investimentos produtivos no Estado.
Ontem, o governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou durante o lançamento que esse decreto foi prorrogado até 2010.
Segundo a Ford, os investimentos totais da montadora no país serão de R$ 2,2 bilhões entre 2007 e 2011 e de R$ 300 milhões, no mesmo período, apenas para caminhões. Na Argentina, foram anunciados US$ 160 milhões em investimentos.
O presidente da Ford no Brasil, Marcos de Oliveira, não revelou qual será a produção do novo modelo, mas adiantou que ainda não há planos para um segundo turno na fábrica. "Acreditamos que as vendas do mercado como um todo devem crescer entre 12% e 15% no ano que vem e que as exportações devem se manter", declarou.
Ontem, em uma referência ao boom de financiamentos no país, Lula atribuiu o atual crescimento à percepção, pelas montadoras, de que não podem oferecer produtos apenas para a classe média mas também para a classe média baixa, mais preocupada com o valor da prestação do que com o preço total do carro. Lula disse ainda que o trabalhador quer "uma casa, casar com uma mulher bonita e ter um carro bom".
O presidente reclamou que não foi levado a sério quando previu, em agosto de 2003, que o país registraria o "espetáculo do crescimento" da economia. "Quando eu falei, fui achincalhado durante um ano. E hoje não há uma linha de autocrítica de que o PIB foi de 5,7%".


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