São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

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Governo tem instrumentos para dificultar venda, afirma BNDES

Banco aponta direito de preferência e imposição de compra total das ações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BNDES, por meio de sua assessoria, destacou que, além do direito de preferência, o banco e os fundos de pensão podem vincular suas participações na Telemar Participações a uma negociação de venda da companhia conduzida pelos acionistas controladores.
Em outras palavras, um instrumento adicional para o governo tentar impedir a transferência do controle da tele ao capital estrangeiro seria obrigar o eventual comprador a adquirir o capital votante inteiro da companhia, e não somente as participações dos grupos La Fonte e Andrade Gutierrez.
O mecanismo se chama "tag along" e garantiria, nesse caso, os mesmos preços e condições oferecidos aos acionistas controladores ao BNDES e aos fundos de pensão. Isso quase dobraria o valor a ser desembolsado pelo comprador, pois, juntos, BNDES e fundos, têm 49,8% do capital votante da Telemar Participações.
Contudo, se o interessado puder pagar o preço total, o governo sairia completamente da empresa, o que tornaria o mercado brasileiro de telefonia quase que integralmente estrangeiro.
"É importante destacar que o direito de preferência para compra de ações não estava previsto no acordo de acionistas anterior. Com a celebração do novo acordo de acionistas, o BNDES e os fundos de pensão poderiam, em caso de venda, exercer o direito de preferência e negociar a entrada de outros investidores brasileiros no bloco de controle", informou o BNDES.
O BNDES justificou o investimento na Telemar Participações não como financiamento para a Oi comprar a Brasil Telecom, mas, sim, para melhorar os direitos e o retorno do capital do banco na companhia. Citou como exemplo as ações preferenciais da empresa subscritas pelo banco. Os papéis terão rendimento de 5% ao ano mais a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
A Folha entrou em contato com a assessoria da Telemar Participações, mas a empresa não respondeu as perguntas encaminhadas à sua assessoria.
Procurada pela reportagem, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) não se manifestou.


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