São Paulo, terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Minha Casa, Minha Vida pode ter casa de aço

BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida pode abarcar, a partir de janeiro, a construção de "casas de aço" baseadas em estruturas produzidas por siderúrgicas, e não por empreiteiras tradicionais.
A Caixa Econômica Federal, gestora do programa, diz ter recebido ontem um projeto feito em parceria entre a siderúrgica mineira Usiminas e a Prefeitura de Volta Redonda (RJ). Segundo a Caixa, a análise de propostas não costuma demorar mais do que 15 dias.
O projeto para Volta Redonda -base da CSN, uma das principais concorrentes da Usiminas- prevê a construção de 688 apartamentos para famílias com renda entre 1 e 3 salários mínimos. As unidades serão distribuídas em 43 prédios e exigirão um investimento de R$ 32,7 milhões, representado em 814 toneladas de aço com alta resistência a corrosão.
Apesar da base siderúrgica, a licitação a ser feita pelo município selecionará uma construtora civil tradicional, que usaria a "solução construtiva" desenvolvida pela companhia.
Os tijolos tradicionais entrariam como "recheio" da estrutura geral. A principal vantagem do modelo, de acordo com o diretor de Vendas da Usiminas, Ascânio Merrighi, é a redução em até 30% do tempo de entrega da obra em relação a construções tradicionais.
O modelo já é utilizado por siderúrgicas brasileiras há mais de dez anos em projetos em parceria com Estados e outras prefeituras. Só a Usiminas afirma ter participado da construção de mais de 500 prédios.
Depois de Volta Redonda, Merrighi diz que, "a qualquer momento, novos negócios podem ser fechados". Segundo ele, a Usiminas tem uma carteira de novos projetos com 2.500 unidades habitacionais previstas apenas para a região Sudeste, todas voltadas para o Minha Casa, Minha Vida.
Entre os municípios com negociações adiantadas para seguir o modelo de Volta Redonda, segundo Merrighi, estão Uberlândia (MG), Itabirito (MG) e Queimados (RJ).
"O único meio de a construção civil dar uma resposta adequada ao deficit habitacional do Brasil é com a industrialização da construção", diz Ascânio Merrighi, que, sem citar nomes, afirma estar fechando parcerias com construtoras.


Texto Anterior: Caixa libera R$ 1 bi para financiar compra de material de construção
Próximo Texto: Mercado imobiliário: Megainvestidor Sam Zell pode comprar 20% da BFRE
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.