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Minha Casa, Minha Vida pode ter casa de aço
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
O programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida pode abarcar, a partir de
janeiro, a construção de "casas de aço" baseadas em estruturas produzidas por siderúrgicas, e não por empreiteiras tradicionais.
A Caixa Econômica Federal, gestora do programa, diz
ter recebido ontem um projeto feito em parceria entre a
siderúrgica mineira Usiminas e a Prefeitura de Volta
Redonda (RJ). Segundo a
Caixa, a análise de propostas
não costuma demorar mais
do que 15 dias.
O projeto para Volta Redonda -base da CSN, uma
das principais concorrentes
da Usiminas- prevê a construção de 688 apartamentos
para famílias com renda entre 1 e 3 salários mínimos. As
unidades serão distribuídas
em 43 prédios e exigirão um
investimento de R$ 32,7 milhões, representado em 814
toneladas de aço com alta resistência a corrosão.
Apesar da base siderúrgica, a licitação a ser feita pelo
município selecionará uma
construtora civil tradicional,
que usaria a "solução construtiva" desenvolvida pela
companhia.
Os tijolos tradicionais entrariam como "recheio" da
estrutura geral. A principal
vantagem do modelo, de
acordo com o diretor de Vendas da Usiminas, Ascânio
Merrighi, é a redução em até
30% do tempo de entrega da
obra em relação a construções tradicionais.
O modelo já é utilizado por
siderúrgicas brasileiras há
mais de dez anos em projetos
em parceria com Estados e
outras prefeituras. Só a Usiminas afirma ter participado
da construção de mais de
500 prédios.
Depois de Volta Redonda,
Merrighi diz que, "a qualquer
momento, novos negócios
podem ser fechados". Segundo ele, a Usiminas tem uma
carteira de novos projetos
com 2.500 unidades habitacionais previstas apenas para
a região Sudeste, todas voltadas para o Minha Casa, Minha Vida.
Entre os municípios com
negociações adiantadas para
seguir o modelo de Volta Redonda, segundo Merrighi, estão Uberlândia (MG), Itabirito (MG) e Queimados (RJ).
"O único meio de a construção civil dar uma resposta
adequada ao deficit habitacional do Brasil é com a industrialização da construção", diz Ascânio Merrighi,
que, sem citar nomes, afirma
estar fechando parcerias
com construtoras.
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