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CONJUNTURA
Relatório do Dresdner projeta queda dos juros e inflação sob controle e minimiza impacto de crise nos EUA
Brasil está em "círculo virtuoso", diz banco
LEONARDO SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL
O banco alemão Dresdner
Kleinwort Wasserstein divulgou
ontem um relatório especial sobre
o Brasil. Intitulado "Acelerando
para o Carnaval", certamente é
uma das análises mais positivas
sobre o país nos últimos meses.
Segundo o banco, o Brasil "entrou num círculo virtuoso construído sobre um forte ajuste fiscal". O Dresdner projeta que o
país apresentará crescimento econômico neste ano de 4,2%, "baseado numa melhoria das condições internas".
Para o Dresdner, os juros do
país continuarão a cair, mesmo
depois de o Banco Central ter surpreendido o mercado ao promover um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica da economia (Selic) em sua última reunião.
O banco destacou que as condições para a redução da Selic são
propícias.
"A inflação permanecerá sob
controle, e as expectativas do
mercado local, de acordo com a
última pesquisa do BC, também
estão no caminho de queda", diz
o documento. O banco ressaltou
também que o preço baixo do petróleo no mercado internacional
reforçaria essa tendência.
Pode-se dizer, no entanto, que a
estimativa do banco para a redução dos juros é conservadora. O
Dresdner espera que a Selic chegue ao final do ano em 14,25%, o
que implicaria corte de 1,5 ponto
percentual sobre a atual taxa, que
está em 15,75%.
O comportamento da indústria
será uma continuidade do que
ocorreu em 2000, afirmou o estudo. O Dresdner citou os últimos
dados da produção industrial levantados pelo IBGE, que apontaram forte crescimento dos bens
duráveis e dos bens de capital.
As perspectivas para o Brasil
não são muito desfavoráveis nem
mesmo quando o Dresdner trabalha com o cenário de um "pouso brusco" da economia norte-americana. O banco ressalta que o
impacto seria negativo para o
país, mas o câmbio flutuante minimizaria as consequências adversas para a inflação, as taxas de
juros e o crescimento econômico,
se comparado com economias
mais abertas como o México.
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