São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2001

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CONJUNTURA
Relatório do Dresdner projeta queda dos juros e inflação sob controle e minimiza impacto de crise nos EUA
Brasil está em "círculo virtuoso", diz banco

LEONARDO SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O banco alemão Dresdner Kleinwort Wasserstein divulgou ontem um relatório especial sobre o Brasil. Intitulado "Acelerando para o Carnaval", certamente é uma das análises mais positivas sobre o país nos últimos meses.
Segundo o banco, o Brasil "entrou num círculo virtuoso construído sobre um forte ajuste fiscal". O Dresdner projeta que o país apresentará crescimento econômico neste ano de 4,2%, "baseado numa melhoria das condições internas".
Para o Dresdner, os juros do país continuarão a cair, mesmo depois de o Banco Central ter surpreendido o mercado ao promover um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica da economia (Selic) em sua última reunião. O banco destacou que as condições para a redução da Selic são propícias.
"A inflação permanecerá sob controle, e as expectativas do mercado local, de acordo com a última pesquisa do BC, também estão no caminho de queda", diz o documento. O banco ressaltou também que o preço baixo do petróleo no mercado internacional reforçaria essa tendência.
Pode-se dizer, no entanto, que a estimativa do banco para a redução dos juros é conservadora. O Dresdner espera que a Selic chegue ao final do ano em 14,25%, o que implicaria corte de 1,5 ponto percentual sobre a atual taxa, que está em 15,75%.
O comportamento da indústria será uma continuidade do que ocorreu em 2000, afirmou o estudo. O Dresdner citou os últimos dados da produção industrial levantados pelo IBGE, que apontaram forte crescimento dos bens duráveis e dos bens de capital.
As perspectivas para o Brasil não são muito desfavoráveis nem mesmo quando o Dresdner trabalha com o cenário de um "pouso brusco" da economia norte-americana. O banco ressalta que o impacto seria negativo para o país, mas o câmbio flutuante minimizaria as consequências adversas para a inflação, as taxas de juros e o crescimento econômico, se comparado com economias mais abertas como o México.


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