ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A área técnica do Banco Central está criando uma nova família de cédulas de real que, se aprovada nos escalões superiores do governo, poderá substituir todas as notas atualmente em circulação.
Um dos motivos para a troca é estético. O desenho atual não é considerado de primeira qualidade, pois foi elaborado às pressas, em 1994, para que fosse possível mudar o padrão monetário durante a implantação do Real.
A idéia é que seja feito um concurso aberto ao público para definir o desenho da nova família. Processo semelhante foi usado no lançamento da nova família de moedas do real.
A mudança também é tida como uma oportunidade para que sejam usados nas cédulas materiais mais seguros e econômicos.
Atualmente, está sendo testado um novo material plástico nas cédulas de R$ 10 que comemoram os 500 anos do Descobrimento do Brasil. O fabricante belgo-australiano sustenta que o plástico dura quatro vezes mais que o papel-moeda, embora o custo da matéria-prima seja o dobro. A cédula normal de R$ 10 tem vida útil média de 15 meses.
Ainda neste ano, o BC planeja lançar uma nova cédula de R$ 2, na qual deverá ser testado o papel-moeda de longa vida, que tem uma vida útil entre 30% e 40% superior ao material tradicional.
A nova família de cédulas poderá ser fabricada com um desses materiais -isto é, com aquele que se mostrar mais vantajoso para o governo. Se tudo sair como o planejado, a mudança da família de cédulas poderá ser um bom negócio, pois reduziria as despesas com a impressão de dinheiro.
Outra vantagem é a possibilidade de serem usados novos mecanismos de segurança. Sempre há novidades no setor, pois a indústria da falsificação costuma ser ágil para burlar as proteções.
A nova família de cédulas será implantada no médio prazo e não deve sair antes de 2003 ou 2004. Por isso, o novo projeto não inviabiliza o lançamento das cédulas de R$ 20 e R$ 2, que está programado para este ano.

Escolha dos bichos
Mais do que a nova família de cédulas do real, a escolha dos bichos que serão estampados nas novas notas de R$ 2 e R$ 20 é que está ocupando as atenções do BC.
Entre os funcionários da área já há um preferido: as tartarugas marinhas, que estiveram sob ameaça de extinção e que vêm sendo alvo de um bem-sucedido plano de preservação.
A palavra final caberá ao Conselho Monetário Nacional. Mesmo que a tartaruga seja a eleita, ainda deverá ser escolhido outro animal, pois serão lançadas duas cédulas de uma só vez.


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