São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2001

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FESTA FAMILIAR
Comissária, que era operadora de telemarketing, fez ontem a sua segunda viagem aérea
Vôo inaugural leva só nove pagantes

Beto Barata/Folha Imagem
As comissárias Talita Preschadt (esq.) e Cecília Ferreira que participaram ontem do vôo inaugural da Gol de Brasília para SP


HUMBERTO MEDINA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO PAULO

Em vez de "aeropovo", o vôo inaugural da Gol, de Brasília para São Paulo, teve aparência de festa de família. Dos 136 lugares disponíveis, apenas 30 estavam ocupados. Sem contar quem tinha vínculo com a empresa, com a família Constantino e os jornalistas, havia apenas nove passageiros. Desses, a maioria era executivos ou empresários, com muitas horas de vôo, quase todos viajando a serviço.
Voar só era novidade para uma das tripulantes: a comissária Talita Preschadt, 24. Ela era operadora de marketing em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, mandou currículo para a Gol pela Internet e foi selecionada. Voou pela primeira vez no domingo e pela segunda vez ontem: "A gente fica um pouco receosa na primeira vez, mas o avião é muito seguro."
A preocupação da empresa com uma eventual intranquilidade dos passageiros fez com que, pouco antes da decolagem, uma das comissárias anunciasse pelo sistema de som que o piloto, David Barioni Neto (ex-Vasp), tinha 25 anos de experiência. Também foi anunciado que a frota era "a mais jovem do Brasil".
Não houve atraso no embarque em Brasília e a decolagem para São Paulo aconteceu às 7h03. A viagem durou 1h27, com pouca turbulência. O pouso em Congonhas foi tranquilo. Foram servidos refrigerantes, água, barras de cereais e amendoim como serviço de bordo.

"Oi gente"
Além da falta do serviço de bordo tradicional, a linguagem usada pelas comissárias para fazer os anúncios de praxe pelo sistema de som também é diferente, mais coloquial - "não esqueçam as bagagens de mão, hein", "sentiremos saudades". Na versão em inglês, o tradicional "ladies and gentlemen" (senhoras e senhores) foi trocado por um informal "hi, folks" (oi gente).
Para alguns passageiros, a escolha pelo vôo foi feita pela empresa para a qual trabalham. Era o caso do especialista em segurança Marcos Menezes, 30. Ele elogiou o preço e o vôo, mas lamentou a falta da refeição quente. "Pouparia tempo para mim. Agora vou ter de comer em algum lugar", disse. "O check in também foi um pouco confuso, mas é preciso dar um desconto, eles estão começando", disse.
A refeição não fez falta para o empresário Thales Leite, 42. Ele escolheu a Gol por curiosidade. "É preciso quebrar o oligopólio das empresas aéreas", afirmou. "Quando estou nos Estados Unidos, viajo de Jet Blue, que tem um sistema semelhante", disse.



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