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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa encerrou pregão com perdas de 1,87%; moeda norte-americana caiu 0,14%, a R$ 2,816
Atuação do BC não evita queda do dólar
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais uma vez, as intervenções
do Banco Central no mercado de
câmbio não foram suficientes para segurar o dólar, que encerrou o
pregão com baixa de 0,14%. Vendida a R$ 2,816 no fim dos negócios de ontem, a moeda norte-americana acumula queda de
2,96% em 2004.
Foram três os leilões de compra
de dólares feitos pelo BC ontem.
Se não fosse a ação mais agressiva
da instituição, analistas avaliam
que o dólar poderia estar abaixo
de R$ 2,80. O BC passou a comprar dólares diretamente no mercado no dia 8, com a justificativa
de que era necessário recompor
as reservas cambiais do país.
Em um primeiro momento, a
expectativa do mercado era de
que as atuações do BC pressionassem o câmbio. Mas a entrada de
recursos provenientes de emissões fechadas por empresas e
bancos brasileiros no exterior,
além de um saldo comercial positivo, têm aumentado a oferta de
dólares e evitado que a cotação
suba. Ontem foi o Bradesco que
fechou uma operação de captação
de US$ 100 milhões.
Operadores de mesas de câmbio estimam que o BC tenha comprado entre US$ 100 milhões e
US$ 150 milhões ontem.
A Bovespa viveu mais um dia de
perdas. A queda de 1,87% do pregão de ontem fez o ganho acumulado pela Bolsa no mês recuar para 3,26%. O papel ON da Tractebel foi o que mais caiu, encerrando com perdas de 7,1%.
As ações preferenciais da Cesp
foram o destaque do dia, disparando 10,4%. Analistas do setor
elétrico não encontraram motivos claros para explicar a alta. Como justificativa para a compra do
papel, falou-se que a Cesp estaria
preparando uma emissão no exterior para troca de dívida e que o
BNDES poderia liberar em breve
recursos para a empresa.
As projeções das taxas de juros
oscilaram pouco na BM&F ontem. O contrato DI (juro interbancário) de prazo mais curto fechou com taxa de 15,89%, o que
projeta corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica (Selic), hoje em
16,5% anuais.
Aldo Ramos, economista da Banif Primus Asset Management, é
um dos que apostam em corte de
0,5 ponto percentual na Selic na
reunião do Copom da próxima
semana. Para Ramos, a taxa básica deve estar em torno dos 14% no
fim deste ano.
(FABRICIO VIEIRA)
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