São Paulo, sexta-feira, 16 de janeiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa encerrou pregão com perdas de 1,87%; moeda norte-americana caiu 0,14%, a R$ 2,816

Atuação do BC não evita queda do dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais uma vez, as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio não foram suficientes para segurar o dólar, que encerrou o pregão com baixa de 0,14%. Vendida a R$ 2,816 no fim dos negócios de ontem, a moeda norte-americana acumula queda de 2,96% em 2004.
Foram três os leilões de compra de dólares feitos pelo BC ontem. Se não fosse a ação mais agressiva da instituição, analistas avaliam que o dólar poderia estar abaixo de R$ 2,80. O BC passou a comprar dólares diretamente no mercado no dia 8, com a justificativa de que era necessário recompor as reservas cambiais do país.
Em um primeiro momento, a expectativa do mercado era de que as atuações do BC pressionassem o câmbio. Mas a entrada de recursos provenientes de emissões fechadas por empresas e bancos brasileiros no exterior, além de um saldo comercial positivo, têm aumentado a oferta de dólares e evitado que a cotação suba. Ontem foi o Bradesco que fechou uma operação de captação de US$ 100 milhões.
Operadores de mesas de câmbio estimam que o BC tenha comprado entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões ontem.
A Bovespa viveu mais um dia de perdas. A queda de 1,87% do pregão de ontem fez o ganho acumulado pela Bolsa no mês recuar para 3,26%. O papel ON da Tractebel foi o que mais caiu, encerrando com perdas de 7,1%.
As ações preferenciais da Cesp foram o destaque do dia, disparando 10,4%. Analistas do setor elétrico não encontraram motivos claros para explicar a alta. Como justificativa para a compra do papel, falou-se que a Cesp estaria preparando uma emissão no exterior para troca de dívida e que o BNDES poderia liberar em breve recursos para a empresa.
As projeções das taxas de juros oscilaram pouco na BM&F ontem. O contrato DI (juro interbancário) de prazo mais curto fechou com taxa de 15,89%, o que projeta corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica (Selic), hoje em 16,5% anuais.
Aldo Ramos, economista da Banif Primus Asset Management, é um dos que apostam em corte de 0,5 ponto percentual na Selic na reunião do Copom da próxima semana. Para Ramos, a taxa básica deve estar em torno dos 14% no fim deste ano.
(FABRICIO VIEIRA)


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