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Plano de Obama pode ter até US$ 825 bi
Dinheiro irá para investimentos em infraestrutura, ajuda a Estados, ampliação do seguro-desemprego e corte de impostos
Pacote pretende preservar ou criar mais de 4 mi de empregos; Obama pediu pressa ao Congresso na aprovação das medidas
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
O plano econômico de emergência do presidente eleito dos
Estados Unidos, Barack Obama, prevê até US$ 825 bilhões
em gastos com investimentos
em infraestrutura, ajuda a Estados, ampliação do seguro-desemprego e corte de impostos.
Revelado ontem em maiores
detalhes pela liderança do Partido Democrata no Congresso,
o pacote tem a ambição de preservar ou criar mais de 4 milhões de empregos. Cerca de
2,6 milhões de norte-americanos foram demitidos nos últimos 12 meses (1,5 milhão só
nos últimos três meses).
A conta quase trilionária do
novo plano vai se somar ao déficit orçamentário de mais US$
1,2 trilhão previsto para 2009.
Do total de US$ 825 bilhões,
US$ 550 bilhões serão destinados a uma série de gastos emergenciais. Os US$ 275 bilhões
restantes devem ser empregados em um grande programa de
redução de impostos com duração mínima de dois anos.
Obama assume a Casa Branca na próxima terça-feira. Ele
pediu pressa ao Congresso para
aprovar o pacote. O democrata
vê risco de deterioração mais
profunda na atual crise, que pode acabar levando a um quadro
de depressão econômica.
Ontem à noite, o Senado dos
EUA aprovou a liberação da segunda parcela, no valor de US$
350 bilhões, do plano sancionado em 2008 pela administração
Bush e que acabou sendo quase
toda empregada em ajuda direta a bancos (leia texto ao lado).
Detalhamento
Entre as maiores destinações
individuais, o plano de Obama
prevê US$ 87 bilhões para aumento temporário nos subsídios federais à saúde pública
nos Estados, US$ 79 bilhões para escolas e universidades públicas, US$ 90 bilhões na infraestrutura e US$ 54 bilhões
para estimular a produção de
fontes de energia alternativa.
O plano de estímulo, que os
democratas no Congresso batizaram de "Plano de Recuperação e de Reinvestimento Americano", inclui ainda uma redução de impostos para os cidadãos com renda anual inferior a
US$ 200 mil (R$ 476 mil).
Pelo pacote, os norte-americanos receberão US$ 500, e as
famílias, até US$ 1.000, assim
que completarem uma renda
de US$ 8.100. O dinheiro virá
da redução proporcional nos
depósitos que são feitos no Social Security (o sistema público
que engloba a previdência dos
mais pobres e o seguro-desemprego, entre outros benefícios).
Para os já desempregados, o
pacote inclui US$ 43 bilhões
para estender o seguro-desemprego e o treinamento de mão-
-de-obra, e US$ 39 bilhões para
que os demitidos possam pagar
por seguro-saúde. Para os mais
pobres, o plano prevê US$ 20
bilhões em ajuda para a compra
de alimentos ("food stamps").
Apesar da urgência pedida
por Obama na aprovação do
plano, o Senado também prepara algumas medidas emergenciais para a economia, o que
pode acabar atrapalhando as
negociações entre os parlamentares, que já começaram.
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