Sob impacto do balanço do JPMorgan, Bovespa perde 1,2%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor bancário voltou a ser o vilão responsável por um dia de perdas no mercado financeiro internacional. O balanço do JPMorgan Chase foi o motivador de vendas generalizadas de papéis do setor bancário. No Brasil, a BM&FBovespa não se isolou e o resultado foi de perdas de 1,18%. Na semana, a Bolsa teve recuo de 1,83%.
Apesar de o JPMorgan Chase ter reportado lucro de US$ 3,3 bilhões no último trimestre de 2009 (leia à pág. B8), a qualidade apresentada pelo balanço não animou. O crescimento das perdas com hipotecas e empréstimos foi o ponto negativo.
Em Wall Street, as ações do JPMorgan perderam 2,13%, colaborando para a depreciação de 0,94% registrada pelo índice Dow Jones. Outros papéis do setor que caíram nos EUA foram os do Bank of America (3,21%), do Citibank (2,57%) e do Morgan Stanley (2,85%).
O mesmo ocorreu na Europa. Na Bolsa de Londres, que teve baixa de 0,78%, houve depreciações mais expressivas para HSBC (1,69%) e Lloyds (1,25%). Na Bolsa de Frankfurt, o pregão teve baixa de 1,89%, influenciada por recuos expressivos como o registrado pelas ações do Deutsche Bank (3,64%).

Temor de safra ruim
A safra de balanços referentes a 2009 mal começou. Como o JPMorgan foi a primeira grande instituição a apresentar seus números, analistas e investidores estão temerosos de que o setor bancário decepcione com seus resultados.
Os investidores, por sua vez, não esperam que os bancos brasileiros apresentem números pouco animadores no último trimestre de 2009 -muito pelo contrário. Mas, devido à forte exposição que o mercado local tem a investidores externos, a Bolsa não resistiu.
Operadores do mercado afirmaram que os estrangeiros venderam ações brasileiras de forma mais intensa ontem, o que levou o índice Ibovespa a 68.978 pontos. No mês, o Ibovespa tem alta de 0,57%.
As ações dos principais bancos brasileiros terminaram no vermelho na Bolsa. Para Itaú Unibanco PN, a baixa ficou em 1,68%; Banco do Brasil ON também caiu 1,68%; e Bradesco PN teve perda de 1,42%.
Até o dia 13, o saldo das operações feitas com capital externo na Bolsa mantinha-se elevado, em R$ 846 milhões. Mas operadores estimam que tenha recuado significativamente nos últimos dois pregões da Bolsa.
A reversão do fluxo estrangeiro levou o Ibovespa a operar novamente abaixo dos 70 mil pontos, praticamente anulando os ganhos do início do ano.
"Para a semana que vem, a Bolsa deve continuar o seu processo de realização de lucros, até pelo menos a faixa de 65 mil e 66 mil pontos", diz José Góes, economista da WinTrade.


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