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MERCADO FINANCEIRO
Futuros projetam taxas de juros menores
da Reportagem Local
Os juros projetados pelos mercados futuros despencaram ontem,
após a decisão do Banco Central,
de deixar o mercado de câmbio livre para determinar as cotações do
real contra o dólar.
Os investidores acreditam que,
após o mercado determinar qual
será o patamar de equilíbrio para a
desvalorização do real, investir em
dólar será pouco atrativo.
Deverá haver uma corrida para
os investimentos em juros, ou seja, em renda fixa. Com muita procura por esses investimentos, os
juros devem cair no curto prazo. E
muito, segundo analistas.
No médio prazo, com o crescimento da inflação por conta da
desvalorização cambial, poderá
haver uma nova alta dos juros,
mas para patamares menores do
que os hoje projetados pelos mercados futuros.
O contrato para vencimento em
fevereiro passou a projetar juros
de 32,75% ao ano em janeiro, contra 47,95% anteontem. Os juros do
over, o mercado por um dia, que
estão sendo efetivamente praticados nos negócios com Certificados
de Depósitos Interbancários, estavam ontem em 30,04% ao ano.
No caso dos contratos de vencimento em março, os juros projetados para fevereiro caíram para
43,78% ao ano, contra 56,99% ao
ano anteontem. Nos contratos de
vencimento em abril, os juros projetados para março passaram de
53,50% anteontem para 45,46% ao
ano ontem.
Ontem, o mercado futuro de
câmbio na Bolsa de Mercadorias &
Futuros começou a operar com
novos limites máximos de variação, alterados a pedido do mercado. Os limites de variação dos contratos do primeiro vencimento,
em fevereiro, eram de 1% anteontem. Subiram para 2% ontem.
Como o real teve desvalorização
acumulada de 15,90% desde a terça-feira, o "circuit breaker" foi
acionado e o mercado parou. Como ninguém quer comprar a desvalorização de 2%, pois a que já
aconteceu foi de 15,90%, não há
negócios. O mesmo acontece com
os outros dois contratos mais negociados, o segundo vencimento,
em março, e o terceiro, em abril.
No caso do segundo vencimento, o "circuit breaker" era acionado quando a desvalorização do
real atingia 1,5%. Ontem, o limite
foi para 4,5%. No caso do terceiro
vencimento, em abril, também
passou para 4,5%.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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