São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 1999

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MERCADO FINANCEIRO

Futuros projetam taxas de juros menores

da Reportagem Local

Os juros projetados pelos mercados futuros despencaram ontem, após a decisão do Banco Central, de deixar o mercado de câmbio livre para determinar as cotações do real contra o dólar.
Os investidores acreditam que, após o mercado determinar qual será o patamar de equilíbrio para a desvalorização do real, investir em dólar será pouco atrativo.
Deverá haver uma corrida para os investimentos em juros, ou seja, em renda fixa. Com muita procura por esses investimentos, os juros devem cair no curto prazo. E muito, segundo analistas.
No médio prazo, com o crescimento da inflação por conta da desvalorização cambial, poderá haver uma nova alta dos juros, mas para patamares menores do que os hoje projetados pelos mercados futuros.
O contrato para vencimento em fevereiro passou a projetar juros de 32,75% ao ano em janeiro, contra 47,95% anteontem. Os juros do over, o mercado por um dia, que estão sendo efetivamente praticados nos negócios com Certificados de Depósitos Interbancários, estavam ontem em 30,04% ao ano.
No caso dos contratos de vencimento em março, os juros projetados para fevereiro caíram para 43,78% ao ano, contra 56,99% ao ano anteontem. Nos contratos de vencimento em abril, os juros projetados para março passaram de 53,50% anteontem para 45,46% ao ano ontem.
Ontem, o mercado futuro de câmbio na Bolsa de Mercadorias & Futuros começou a operar com novos limites máximos de variação, alterados a pedido do mercado. Os limites de variação dos contratos do primeiro vencimento, em fevereiro, eram de 1% anteontem. Subiram para 2% ontem.
Como o real teve desvalorização acumulada de 15,90% desde a terça-feira, o "circuit breaker" foi acionado e o mercado parou. Como ninguém quer comprar a desvalorização de 2%, pois a que já aconteceu foi de 15,90%, não há negócios. O mesmo acontece com os outros dois contratos mais negociados, o segundo vencimento, em março, e o terceiro, em abril.
No caso do segundo vencimento, o "circuit breaker" era acionado quando a desvalorização do real atingia 1,5%. Ontem, o limite foi para 4,5%. No caso do terceiro vencimento, em abril, também passou para 4,5%.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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