São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

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VIZINHO EM CRISE

Fundo pressiona por melhor oferta a credor

Missão do FMI chega à Argentina sob ameaça de não-pagamento

CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

Chega hoje a Buenos Aires a missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) que irá iniciar a segunda revisão do acordo firmado entre a Argentina e a instituição em setembro do ano passado.
A negociação é crucial para o governo argentino, que receberá novos recursos se a revisão for aprovada. Com isso, o país poderá pagar a dívida de US$ 3,1 bilhões com o próprio Fundo, que vence em março, sem precisar recorrer às reservas internacionais.
As reuniões ocorrem sob a ameaça do presidente Néstor Kirchner de não realizar o pagamento sem ao menos uma sinalização, por parte do Fundo, de que a revisão será aprovada.
O Ministério da Economia afirma que as metas previstas no acordo foram cumpridas com folga, mas teme que a falta de avanços no processo de reestruturação da dívida de US$ 88 bilhões atrase a aprovação. A primeira revisão, por exemplo, foi aprovada com um mês de atraso.
Segundo o ministro da Economia, Roberto Lavagna, a negociação com os credores é a principal "diferença" com o FMI, que "tem dúvidas" sobre a oferta do governo, que prevê um desconto de 75% da dívida.
O governo se empenhou na última semana em dar sinais de boa vontade ao Fundo e aos credores internacionais. Lavagna anunciou, por exemplo, os nomes dos bancos estrangeiros que atuarão como organizadores regionais da reestruturação.
Além disso, após meses de resistência, o governo autorizou aumentos nas tarifas de serviços públicos, outra exigência do FMI.



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