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VIZINHO EM CRISE
Fundo pressiona por melhor oferta a credor
Missão do FMI chega à Argentina sob ameaça de não-pagamento
CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES
Chega hoje a Buenos Aires a
missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) que irá iniciar a
segunda revisão do acordo firmado entre a Argentina e a instituição em setembro do ano passado.
A negociação é crucial para o
governo argentino, que receberá
novos recursos se a revisão for
aprovada. Com isso, o país poderá pagar a dívida de US$ 3,1 bilhões com o próprio Fundo, que
vence em março, sem precisar recorrer às reservas internacionais.
As reuniões ocorrem sob a
ameaça do presidente Néstor
Kirchner de não realizar o pagamento sem ao menos uma sinalização, por parte do Fundo, de que
a revisão será aprovada.
O Ministério da Economia afirma que as metas previstas no
acordo foram cumpridas com folga, mas teme que a falta de avanços no processo de reestruturação
da dívida de US$ 88 bilhões atrase
a aprovação. A primeira revisão,
por exemplo, foi aprovada com
um mês de atraso.
Segundo o ministro da Economia, Roberto Lavagna, a negociação com os credores é a principal
"diferença" com o FMI, que "tem
dúvidas" sobre a oferta do governo, que prevê um desconto de
75% da dívida.
O governo se empenhou na última semana em dar sinais de boa
vontade ao Fundo e aos credores
internacionais. Lavagna anunciou, por exemplo, os nomes dos
bancos estrangeiros que atuarão
como organizadores regionais da
reestruturação.
Além disso, após meses de resistência, o governo autorizou aumentos nas tarifas de serviços públicos, outra exigência do FMI.
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