|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aumentam recursos para máquinas
DA SUCURSAL DO RIO
Paralisado de março a setembro
de 2004, o programa do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para
financiar a compra de máquinas e
equipamentos industriais com juros diferenciados, o Modermaq,
começa finalmente a deslanchar.
Foram emprestados até agora R$
253,6 milhões, segundo o banco.
Os dados mostram que, neste
ano, houve aumento dos desembolsos. Em dezembro, foram emprestados R$ 78,4 milhões, somando R$ 136,8 milhões desde setembro, quando foram feitas as
primeiras operações. Em janeiro
(incluindo a primeira semana
deste mês, de pouco negócios por
causa do Carnaval), o banco já financiou R$ 117 milhões.
A cifra emprestada, porém, ainda é pequena se comparada ao total de recursos disponíveis pela linha de crédito -R$ 2,5 bilhões.
Representa apenas 10%.
Lançado em março de 2004, o
Modermaq é um dos pilares da
nova política industrial do governo federal. Seu objetivo é estimular a renovação e a ampliação do
parque fabril brasileiro, financiando a compra de máquinas e
equipamentos em condições especiais.
O programa empresta recursos
com juros fixos de, no máximo,
14,95% ao ano, patamar bem
abaixo das taxas de mercado. A
idéia do juro diferenciado é fomentar o aumento da capacidade
de produção do setor.
Mas foi justamente a idéia de
emprestar a taxa fixa que emperrou o programa. Isso porque tanto o BNDES como o Tesouro resistiam em arcar com a eventual
variação da TJLP (Taxa de Juros
de Longo Prazo), referência para
os empréstimos do banco, durante o prazo de financiamento.
A idéia inicial era que o ônus ficasse com o Tesouro, que rejeitou
a proposta. Como solução para o
impasse, o banco aceitou bancar a
diferença nos dois primeiros
anos. Depois disso, os eventuais
encargos passam para o Tesouro.
O prazo de financiamento é de
cinco anos.
"Tem tudo para dar certo"
Passados os problemas, o banco
estatal espera emprestar de R$ 150
milhões a R$ 200 milhões mensais
em recursos do Modermaq. "Finalmente, o Modermaq está andando. Agora, as coisas estão
fluindo. Um programa que empresta acima de R$ 100 milhões
por mês tem tudo para dar certo",
disse o superintendente de Operações Indiretas do BNDES, Cláudio Bernardo de Moraes.
De acordo com ele, o ramo de
agroindústria é o que mais procurou a linha de crédito -por setores, o banco tem dados somente
até dezembro. Em seguida, aparecem como os maiores tomadores
de recursos os segmentos de química e petroquímica, mecânica,
construção civil e metalurgia.
Segundo Moraes, a procura tem
aumentado porque os bancos credenciados pelo BNDES estão "conhecendo melhor o produto e,
conseqüentemente", divulgando
mais a linha de financiamento.
Muitas instituições, de acordo
com ele, estão cobrando um
"spread" (diferença entre o juro
do BNDES e o cobrado do tomador, numa espécie de comissão do
banco nesse caso) menor do que o
teto de 3,95%. "É um sinal positivo. Mostra que há concorrência",
afirmou Moraes.
Apesar do esforço do BNDES
em emprestar às pequenas e médias empresas, a maior parte dos
recursos foram destinados a companhias de grande porte -76%
do total (dados de dezembro).
Os dados do BNDES revelam
ainda que o programa começou
devagar, mas foi ganhando ritmo
ao longo dos meses. Em setembro, fechou apenas três operações. Em outubro, foram 37. Em
novembro, o número de contratos subiu para 69. Em dezembro,
aumentou para 190. Total até dezembro: 299 desembolsos.
(PS)
Texto Anterior: Funcionários da Multibrás entram em greve em SP Próximo Texto: Frase Índice
|