São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

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Aumentam recursos para máquinas

DA SUCURSAL DO RIO

Paralisado de março a setembro de 2004, o programa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar a compra de máquinas e equipamentos industriais com juros diferenciados, o Modermaq, começa finalmente a deslanchar. Foram emprestados até agora R$ 253,6 milhões, segundo o banco.
Os dados mostram que, neste ano, houve aumento dos desembolsos. Em dezembro, foram emprestados R$ 78,4 milhões, somando R$ 136,8 milhões desde setembro, quando foram feitas as primeiras operações. Em janeiro (incluindo a primeira semana deste mês, de pouco negócios por causa do Carnaval), o banco já financiou R$ 117 milhões.
A cifra emprestada, porém, ainda é pequena se comparada ao total de recursos disponíveis pela linha de crédito -R$ 2,5 bilhões. Representa apenas 10%.
Lançado em março de 2004, o Modermaq é um dos pilares da nova política industrial do governo federal. Seu objetivo é estimular a renovação e a ampliação do parque fabril brasileiro, financiando a compra de máquinas e equipamentos em condições especiais.
O programa empresta recursos com juros fixos de, no máximo, 14,95% ao ano, patamar bem abaixo das taxas de mercado. A idéia do juro diferenciado é fomentar o aumento da capacidade de produção do setor.
Mas foi justamente a idéia de emprestar a taxa fixa que emperrou o programa. Isso porque tanto o BNDES como o Tesouro resistiam em arcar com a eventual variação da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), referência para os empréstimos do banco, durante o prazo de financiamento.
A idéia inicial era que o ônus ficasse com o Tesouro, que rejeitou a proposta. Como solução para o impasse, o banco aceitou bancar a diferença nos dois primeiros anos. Depois disso, os eventuais encargos passam para o Tesouro. O prazo de financiamento é de cinco anos.

"Tem tudo para dar certo"
Passados os problemas, o banco estatal espera emprestar de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões mensais em recursos do Modermaq. "Finalmente, o Modermaq está andando. Agora, as coisas estão fluindo. Um programa que empresta acima de R$ 100 milhões por mês tem tudo para dar certo", disse o superintendente de Operações Indiretas do BNDES, Cláudio Bernardo de Moraes.
De acordo com ele, o ramo de agroindústria é o que mais procurou a linha de crédito -por setores, o banco tem dados somente até dezembro. Em seguida, aparecem como os maiores tomadores de recursos os segmentos de química e petroquímica, mecânica, construção civil e metalurgia.
Segundo Moraes, a procura tem aumentado porque os bancos credenciados pelo BNDES estão "conhecendo melhor o produto e, conseqüentemente", divulgando mais a linha de financiamento.
Muitas instituições, de acordo com ele, estão cobrando um "spread" (diferença entre o juro do BNDES e o cobrado do tomador, numa espécie de comissão do banco nesse caso) menor do que o teto de 3,95%. "É um sinal positivo. Mostra que há concorrência", afirmou Moraes.
Apesar do esforço do BNDES em emprestar às pequenas e médias empresas, a maior parte dos recursos foram destinados a companhias de grande porte -76% do total (dados de dezembro).
Os dados do BNDES revelam ainda que o programa começou devagar, mas foi ganhando ritmo ao longo dos meses. Em setembro, fechou apenas três operações. Em outubro, foram 37. Em novembro, o número de contratos subiu para 69. Em dezembro, aumentou para 190. Total até dezembro: 299 desembolsos. (PS)


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