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TELECOMUNICAÇÕES
Para mexicanos, proposta trazia maior certeza de aprovação e pagamento; grupo já é o 3º maior no Brasil
Telmex diz ter feito oferta de compra "mais confiável"
ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE
A Telmex, que comprou o controle da Embratel da MCI, disse
ter vencido a disputa por ter apresentado a oferta "mais confiável"
das três entregues na última sexta
à empresa norte-americana.
A mexicana desbancou a oferta
de outros dois consórcios: um liderado pelo Telos (fundo de pensão dos funcionários da Embratel) e outro pela Geodex, em parceria com três teles fixas (Telemar, Brasil Telecom e Telefônica).
"O que pesou na vitória da Telmex, além da oferta, foram as incertezas de pagamento e regulatória e a velocidade para realizar, ou
melhor, concluir toda a negociação, que agora só depende da
aprovação dos órgãos reguladores brasileiros", disse Arturo Elías
Ayub, diretor de relações institucionais da Telmex, no México, em
entrevista à Folha Online.
Ayub afirmou que os US$ 360
milhões serão pagos em dinheiro
vivo e que a dívida que a MCI tem
com o controlador do grupo Telmex, Carlos Slim, não entrou nas
negociações. A MCI deve aproximadamente US$ 1,7 bilhão a Slim.
"A compra da Embratel foi o investimento mais importante feito
pela Telmex na América Latina e
o mais significativo para o nosso
processo de internacionalização
dos últimos tempos", disse Ayub.
Em novembro do ano passado,
a América Móvel, também de
Slim, adquiriu a operadora paulista de celular BCP e passou a utilizar a marca Claro.
Os mexicanos da Telmex ainda
não definiram se vão mudar ou
não a marca Embratel após a
aprovação da compra pelos órgãos reguladores do Brasil e dos
Estados Unidos. "Estamos conscientes da importância da marca
Embratel. Por enquanto não há
uma intenção como essa [mudar
a marca]", afirmou o executivo.
A Telmex estima que em no máximo em três meses a aquisição
seja aprovada pelos órgãos reguladores americanos e brasileiros.
Mercado brasileiro
A aquisição da Embratel coloca
a empresa mexicana como o terceiro maior grupo do mercado de
telecomunicações do Brasil em
termos de faturamento, atrás apenas dos espanhóis da Telefônica e
dos brasileiros da Telemar.
Segundo dados dos balanços do
ano passado, os espanhóis faturaram R$ 17 bilhões no Brasil, considerando-se telefonia fixa, móvel e
comunicação de dados. Já a Telemar somou R$ 14 bilhões.
Os mexicanos, que estavam em
quinto lugar, de acordo com o
consultor Silvio Genesini, diretor
da consultoria Accenture, pulariam para o terceiro, se a compra
da Embratel tivesse sido concluída no ano passado, com receitas
de R$ 11,5 bilhões. Só a operadora
de telefonia de longa distância teve receita de R$ 7 bilhões.
As empresas que têm o gestor
de fundos Opportunity no grupo
de controle (Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular)
alcançaram R$ 9,4 bilhões. A TIM
faturou R$ 4 bilhões em 2003, segundo cálculos do consultor.
Genesini avaliou que a telefonia
local ainda será um desafio para o
grupo mexicano, mas a Vésper,
que a Embratel comprou em
agosto, será um boa alavanca.
Com a Reuters
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