São Paulo, terça-feira, 16 de março de 2004

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TELECOMUNICAÇÕES

Para mexicanos, proposta trazia maior certeza de aprovação e pagamento; grupo já é o 3º maior no Brasil

Telmex diz ter feito oferta de compra "mais confiável"

ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE

A Telmex, que comprou o controle da Embratel da MCI, disse ter vencido a disputa por ter apresentado a oferta "mais confiável" das três entregues na última sexta à empresa norte-americana.
A mexicana desbancou a oferta de outros dois consórcios: um liderado pelo Telos (fundo de pensão dos funcionários da Embratel) e outro pela Geodex, em parceria com três teles fixas (Telemar, Brasil Telecom e Telefônica).
"O que pesou na vitória da Telmex, além da oferta, foram as incertezas de pagamento e regulatória e a velocidade para realizar, ou melhor, concluir toda a negociação, que agora só depende da aprovação dos órgãos reguladores brasileiros", disse Arturo Elías Ayub, diretor de relações institucionais da Telmex, no México, em entrevista à Folha Online.
Ayub afirmou que os US$ 360 milhões serão pagos em dinheiro vivo e que a dívida que a MCI tem com o controlador do grupo Telmex, Carlos Slim, não entrou nas negociações. A MCI deve aproximadamente US$ 1,7 bilhão a Slim.
"A compra da Embratel foi o investimento mais importante feito pela Telmex na América Latina e o mais significativo para o nosso processo de internacionalização dos últimos tempos", disse Ayub.
Em novembro do ano passado, a América Móvel, também de Slim, adquiriu a operadora paulista de celular BCP e passou a utilizar a marca Claro.
Os mexicanos da Telmex ainda não definiram se vão mudar ou não a marca Embratel após a aprovação da compra pelos órgãos reguladores do Brasil e dos Estados Unidos. "Estamos conscientes da importância da marca Embratel. Por enquanto não há uma intenção como essa [mudar a marca]", afirmou o executivo.
A Telmex estima que em no máximo em três meses a aquisição seja aprovada pelos órgãos reguladores americanos e brasileiros.

Mercado brasileiro
A aquisição da Embratel coloca a empresa mexicana como o terceiro maior grupo do mercado de telecomunicações do Brasil em termos de faturamento, atrás apenas dos espanhóis da Telefônica e dos brasileiros da Telemar.
Segundo dados dos balanços do ano passado, os espanhóis faturaram R$ 17 bilhões no Brasil, considerando-se telefonia fixa, móvel e comunicação de dados. Já a Telemar somou R$ 14 bilhões.
Os mexicanos, que estavam em quinto lugar, de acordo com o consultor Silvio Genesini, diretor da consultoria Accenture, pulariam para o terceiro, se a compra da Embratel tivesse sido concluída no ano passado, com receitas de R$ 11,5 bilhões. Só a operadora de telefonia de longa distância teve receita de R$ 7 bilhões.
As empresas que têm o gestor de fundos Opportunity no grupo de controle (Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular) alcançaram R$ 9,4 bilhões. A TIM faturou R$ 4 bilhões em 2003, segundo cálculos do consultor.
Genesini avaliou que a telefonia local ainda será um desafio para o grupo mexicano, mas a Vésper, que a Embratel comprou em agosto, será um boa alavanca.


Com a Reuters


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