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LARANJA
Doença apareceu pela primeira vez em 1999, no Triângulo Mineiro; hoje já são mais de 300 mil árvores infectadas
"Morte súbita" preocupa citricultor de SP e MG
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A morte súbita dos citros (msc),
doença descoberta pela primeira
vez em 1999 ao sul do Triângulo
Mineiro, é o novo motivo de preocupação dos citricultores paulistas e mineiros.
Em 1999, a msc atingiu cerca de
mil árvores ao sul do Triângulo
Mineiro. Hoje, já são 300 mil árvores infectadas não só no Triângulo, como também no norte do
Estado de São Paulo.
Batizada em 2001 por pesquisadores do Centro de Citricultura
Sylvio Moreira, localizado em
Cordeirópolis (SP), a doença tem
como principal característica matar as árvores atingidas num curto
espaço de tempo. Em geral, a
morte ocorre em até dois meses
após a contaminação.
Até o momento, a origem da
msc ainda é desconhecida. Segundo Joaquim Teófilo Sobrinho, especialista em citricultura da Secretaria de Agricultura do Estado
de São Paulo, a provável causa da
doença seria um vírus e o agente
transmissor um inseto conhecido
como pulgão preto, vetor da "tristeza" comum, outra praga que
atinge o plantio de laranjas.
As pesquisas do levantamento
realizado pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura),
em fevereiro deste ano, revelaram que a doença ataca as variedades de árvores que foram enxertadas com o limão-cravo, que
somam cerca de 80% das 200 milhões de árvores existentes em São
Paulo e no Triângulo Mineiro. A
técnica de enxertia com limão-cravo vem sendo utilizada com
sucesso desde a década de 50 no
combate à "tristeza".
Embora a área atingida represente apenas 0,02% do total de
plantas da região, há grande preocupação com a velocidade de propagação da doença. Afinal, o Estado de São Paulo é responsável por
87,7% da produção nacional de
laranja e por 98% da matéria-prima do suco que o país exporta.
Sintomas e tratamento
Ao infectar a planta, um dos
primeiros sintomas provocados
pela msc é a perda generalizada
do brilho das folhas, ligeira desfolha e coloração amarelada presente na parte interna do caule da árvore doente.
O maior grau de incidência da
doença se dá na primavera, fato
que coincide com a época da colheita de laranjas, entre os meses
de agosto e dezembro. No entanto, o gerente científico do Fundecitrus, Juliano Ayres, destaca que
a colheita só é prejudicada, quando a doença contamina árvores
cujos frutos ainda não atingiram
grau suficiente de maturação.
Apesar de desconhecerem a
causa da morte súbita dos citros,
os pesquisadores do Fundecitrus
já desenvolveram um tratamento
para combater a doença.
A técnica consiste na substituição dos enxertos de limão-cravo
por enxertos tolerantes à msc. Devido à falta de conhecimento do
agente causador da doença, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento adota cautela para
lançar medidas de controle e prevenção da praga. Segundo o Ministério, dentro dos próximos
dias a instituição pretende editar
uma Instrução Normativa Federal para regulamentar o comércio
de mudas de plantas oriundas das
regiões atingidas.
SAIBA MAIS - www.fundecitrus.com.br
e 0800-112155
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