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BC Reunião do Copom definirá taxa
Mercado fica em dúvida sobre corte de juros
DA REPORTAGEM LOCAL
As decisões das duas últimas
reuniões do Copom (Comitê de
Política Monetária do Banco Central) confundiram os analistas.
Para a maioria, o BC pode baixar
os juros amanhã, mas todos dizem que não ficariam surpresos
se os membros do comitê decidirem manter a taxa atual.
Em cada uma das duas últimas
reuniões -em fevereiro e março-, o BC baixou a taxa de juros
em 0,25 ponto percentual, fazendo-a cair de 19% (em janeiro) para 18,5% (em março). Na reunião
de fevereiro, a maioria dos analistas esperava a manutenção da taxa. Na do mês passado, a maioria
previa uma queda maior.
"Fica difícil definir o que deve
ocorrer agora. Nas duas últimas
reuniões, o BC embaralhou a cabeça do pessoal", diz Fernando
Ferreira, da Global Invest.
Carla Bernardes, analista do
Banco Modal, diz que vários indicadores monitorados pelo BC
pioraram desde a última reunião.
Ela destaca, por exemplo, a inflação medida pelo IPCA, que foi divulgada na semana passada e
atingiu 7,75% nos últimos doze
meses. "Esse será um dos pontos
que podem fazer com que os juros não caiam", diz a analista.
Ainda assim, avalia que há possibilidade de queda. "Quando disse que não perseguiria o centro da
meta de inflação, o BC mostrou
que está mais flexível."
A analista diz que a decisão -a
reunião do Copom começa hoje e
a definição sobre os juros sairá
amanhã- vai depender muito da
evolução da cotação do petróleo,
que oscilou bastante nos últimos
dias por conta das crises no
Oriente Médio e na Venezuela.
Se cortar os juros, dizem os analistas, o BC deve manter a cautela
das duas últimas reuniões, baixando a taxa em apenas 0,25 ponto percentual. "É isso o que deve
acontecer amanhã", diz Hélio
Osaki, da Finambrás. "A corrente
de pessimismo está diminuindo.
A maior parte da inflação é de
preços administrados, que não
podem ser controlados com alta
da taxa de juros."
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