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Para banqueiros, país segue regra e corre risco
DA ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
Aos olhos dos banqueiros internacionais, o governo petista do
Brasil fez o dever de casa, mas ainda enfrenta risco de perder a confiança dos investidores caso não
haja retomada do crescimento
econômico e cresçam as pressões
políticas pela adoção de medidas
"populistas" não-favoráveis ao
"mercado".
Na avaliação do IIF (Institute of
International Finance), que reúne
os grandes bancos do mundo, o
governo de Luiz Inácio Lula da
Silva foi bem-sucedido na tarefa
de construir sua reputação diante
dos investidores e conquistar sua
confiança.
"A economia já começou a dar
sinais de recuperação, baseada
em exportações, como conseqüência de um ambiente externo
favorável, taxas de juros mais baixas e sentimentos mais positivos
por parte dos investidores", afirma relatório apresentado durante
a reunião do IIF em Xangai, na
China -antes do relatório do JP
Morgan divulgado ontem e de toda a movimentação negativa dos
mercados conseqüente.
Mas o mesmo documento ressalta que o país continua vulnerável a choques, principalmente pela alta relação entre dívida/PIB,
que está próxima de 58%.
A expectativa do IIF é que esse
percentual caia para 56% no fim
de 2004. Apesar disso, a entidade
ressalta que a melhoria dessa relação depende da retomada do
crescimento sustentado da economia, que aumentaria a capacidade do país de honrar seus compromissos.
Roberto Setubal, presidente do
Banco Itaú e vice-presidente do
IIF, ressaltou que o Brasil deve
crescer em 2004 cerca de 3,5%,
depois de dois anos de expansão
próxima de zero.
Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, que participou
das discussões reservadas do encontro, afirmou que a avaliação
feita sobre o Brasil foi bastante
positiva.
O documento do IIF prevê que
o Banco Central deverá conseguir
elevar as reservas líquidas do país
a US$ 50 bilhões no fim de 2005 e
que a inflação permanecerá sob
controle em 2004.
(CLÁUDIA TREVISAN)
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