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LUÍS NASSIF
O Posto Único Fiscal
Grande parte da redução da burocracia no mercado depende só de vontade política e de um estudo mais detalhado dos processos. A integração de bancos de dados é um
aspecto maiúsculo nessa tarefa.
No estudo desenvolvido pela
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), mapeando o processo de abertura
de uma pequena empresa industrial, os prazos são: entrada
e registro na Junta Comercial (7
dias) + CNPF na Receita Federal (7 dias) + INSS e CEF + licença prévia da Cetesb (1 dia) +
inscrição estadual na Secretaria
da Fazenda (30 dias) + prefeitura municipal (5 dias) + consulta à subprefeitura (40 dias) +
auto de licença de funcionamento da subprefeitura (40
dias).
O desenho alternativo do processo, proposto pela Fiesp, é funcional. Pelo modelo proposto,
haveria a unificação de bancos
de dados dos diversos órgãos
envolvidos.
Passo 1: entrada no processo
de abertura no Posto Único.
O interessado preencheria um
formulário único e retiraria
guias para pagar taxas.
Passo 2: pagamento de taxas.
Seria um pagamento único.
No caso das PMEs, o pagamento seria simbólico.
Passo 3: retira-se o número do
registro único da empresa, mediante a entrega do formulário
único preenchido e da cópia de
guias pagas.
Passo 4: gera-se uma pasta
com número de registro que
tramitará eletronicamente por
todos os órgãos. No caso, a Junta Comercial de São Paulo, a
Secretaria da Fazenda, a prefeitura, subprefeituras (quando
for o caso), a Cetesb, Caixa Econômica Federal e Ministério da
Previdência Social. Tudo será
eletrônico, e os retornos serão
armazenados na pasta eletrônica do interessado.
Passo 5: finalmente a autorização de financiamento é remetida ao Posto Único -no
formato do Poupatempo atual.
Lá, o empresário retirará a autorização mais um kit de abertura, com todos os livros de registros fiscais, contábeis e trabalhistas.
A centralização permitirá oferecer cursos de empreendedorismo, de gestão e coisas do gênero por entidades como Sebrae
ou outras organizações do sistema S.
Seria importante, aliás, saber
como o Poupatempo foi implantado em São Paulo. A idéia
foi juntar vários órgãos em um
sistema único. Sempre existe resistência por parte de cada setor
da burocracia, querendo preservar seus feudos ou batalhando para saber quem controla o
processo.
Por isso mesmo, o passo inicial para essa integração é a
vontade política, o comando do
chefe se impondo sobre a resistência burocrática.
Caso Cemar
Seria importante que não se
deixasse passar batido a questão da privatização da Cemar,
a Companhia Energética do
Maranhão. O grupo norte-americano M. Baker foi desclassificado do leilão por questões burocráticas.
Sua proposta era pagar 100%
do crédito da Eletrobrás na Cemar, metade em dinheiro, metade em 12 anos, corrigido pelo
IGP-M mais 10% de juros, capitalizando o valor na Cemar
como capital. Desclassificados,
quem levou a empresa foi o
grupo GP, oferecendo pagar só
30% do crédito, sendo metade
à vista e metade em 12 anos.
Ontem a Justiça Federal suspendeu a transferência para o
grupo GP, alegando irregularidades no processo.
E-mail - Luisnassif@uol.com.br
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