São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RETOMADA?

Na comparação com 2003, porém, nível de ocupação ainda registra queda

Emprego na indústria cresce 0,3%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O nível de emprego na indústria brasileira cresceu 0,3% em fevereiro na comparação livre de influências sazonais (típicas de cada período) com janeiro, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se do segundo mês consecutivo de crescimento. Por isso, o IBGE diz que o resultado já sinaliza pequena reação do emprego no setor. Em relação a fevereiro de 2003, porém, o número de pessoas ocupadas na indústria ainda registra queda -0,9%. Nos últimos 12 meses, a retração é de 1%.
Segundo o IBGE, a renda dos trabalhadores da indústria está numa trajetória mais firme de recuperação do que o emprego.
Em alta desde novembro de 2003, a folha real de pagamentos (que inclui salários, benefícios e horas extras e desconta a inflação) cresceu 10,1% na comparação com fevereiro de 2003. Já no indicador com ajuste sazonal, houve expansão de 4,3% sobre janeiro.
De acordo com Isabela Nunes Pereira, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, o aumento da ocupação na indústria está sendo puxado por setores ligados aos segmentos de agronegócio e exportações.
Sobre o rendimento, ela afirmou que o crescimento é resultado da menor inflação registrada neste ano. O recuo das taxas, disse, fez subir o poder de compra dos trabalhadores, já que muitas categorias obtiveram dissídios superiores à inflação.
Setorialmente, os principais impactos positivos tanto na renda como no emprego vieram de máquinas e equipamentos (especialmente voltados para a agricultura) e da parcela da indústria de alimentos voltada à exportação, afirma Nunes Pereira. Segundo ela, a indústria paulista deu a maior contribuição positiva para o aumento na criação de vagas.

Expansão futura
Um dado que aponta para a possível continuidade da melhora do mercado de trabalho industrial é o incremento no total de horas pagas pelo setor. Em fevereiro, houve uma expansão de 2,2% em relação a janeiro.
Tal resultado, disse Nunes Pereira, indica que as indústrias estão aumentando as jornadas dos trabalhadores, por meio do pagamento de horas extras. Se a retomada do nível de atividade se firmar nos próximos meses, avalia a economista, as empresas terão de abrir novas vagas, assegurando um crescimento futuro do emprego no setor.


Texto Anterior: Concorrência: Nestlé desiste de marcas para manter Garoto
Próximo Texto: Confusão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.