São Paulo, domingo, 16 de abril de 2006

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MERCADO ABERTO

País está longe de "inserção exportadora"

Apesar do aumento expressivo das vendas ao exterior nos últimos três anos -média anual de 25,1%-, o Brasil ainda está distante de um processo de "inserção exportadora", ou seja, de se posicionar melhor no comércio mundial de forma duradoura e estrutural.
A conclusão consta de estudo do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) com 15 dos 30 maiores exportadores do mundo e dados desde 1950. Foram excluídos da lista os países com declínio ou estabilidade em sua participação nas exportações mundiais.
A análise dos dados permite concluir que nenhum processo de "inserção exportadora" é rápido e que, em nenhum caso relevante, durou menos de duas décadas. Nesse sentido, destaca o estudo do Iedi, o governo brasileiro, antes de comemorar os resultados recentes, deveria estar preocupado em assegurar dinamismo semelhante em, ao menos, uma década e meia a mais.
O estudo destaca que as inserções de diferentes países ocorreram em momentos distintos, alguns, por exemplo, com antecedência ao movimento de globalização a partir dos anos 80. Em todos os casos, porém, o processo ocorreu com exportações que cresceram não só por períodos longos mas também a taxas que, via de regra, foram o dobro da média mundial de expansão das vendas para o exterior.
Para o Iedi, fatos recentes como a política cambial que permite a contínua valorização do real e a retenção de recursos dos exportadores pelos Estados no caso do ICMS, devido à resistência do governo federal em compensar essa perda na arrecadação, mostram que o país ainda não tem tratado o setor com a devida atenção.
Nesse contexto, alerta o Iedi, o país poderá ter que se contentar com dados como os recém-divulgados pela OMC, segundo os quais a participação das exportações brasileiras no total mundial subiu de 0,9% para 1,1%.

CONSIGNADO RECORDE
O Banco do Brasil contratou 58 mil novas operações de crédito consignado na primeira semana de abril. O volume movimentado com a linha nesse período foi de quase R$ 200 milhões. Desse total, R$ 44 milhões foram de contratações referentes a um único dia, a sexta-feira da semana passada, dia 7. O número é recorde desde o lançamento do produto. A carteira ativa do banco para essa modalidade de crédito já supera os R$ 5 bilhões.

FUNDO MAIOR
O ex-diretor do BC Sérgio Darcy irá presidir o conselho deliberativo da Centrus em um momento em que o fundo de pensão dos funcionários do Banco Central cresce de tamanho. O patrimônio da fundação atingiu em 2005 um patrimônio de R$ 7,8 bilhões, o que a levou da sétima para a quarta posição no ranking dos maiores fundos de pensão. Estima-se a Centrus possua o maior superávit técnico entre os fundos, de R$ 2,5 bilhões.

FRANCO-CARIOCA EM SÃO PAULO
Além de dividir o tempo entre o restaurante carioca Olympe, o recém-inaugurado Bistrô 66 e um programa na TV paga, o chef francês radicado no Brasil Claude Troisgros tem viajado, ao menos duas vezes por mês, para dar workshops em diferentes cidades do país, de Porto Alegre a Fortaleza. Na semana que passou, foi a vez de São Paulo receber o chef, depois de mais de dois anos. Entre outros pratos, ele mostrou como se faz o tradicional coquille saint-jacques e um suflê de maracujá. "Foram duas horas de "work" e 20 minutos de "shop'", diz Troisgros, um dos primeiros chefs franceses a chegar ao país, há 26 anos. Morador do Rio, ele quer resgatar o modelo de bistrô na cidade com seu novo restaurante, mas de forma adaptada. "Sem os "cassoulets", que não combinam com o clima do Rio", diz.

DIVERSIFICAÇÃO
O crescimento da indústria farmacêutica em 2005, estimado em 10%, irá se refletir na diversificação do perfil do expositor na 11ª edição da FCE Pharma, uma das principais feiras do setor na América Latina, na próxima semana, em São Paulo. Neste ano, o evento no Transamérica Expo Center contará com um pavilhão adicional de 10 mil m2, além de um número maior de empresas terceirizadas, que atuam, por exemplo, na fabricação de embalagens para laboratórios, diz João Paulo Picolo, da VNU, organizadora do evento. Outra novidade é a presença maior de companhias de biotecnologia. Junto com a FCE Pharma ocorrerá a FCE Cosmetique, do setor de cosméticos. A expectativa é uma alta de 15% no público neste ano.


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