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CRISE NO AR
Governo vê risco de falência
Reino Unido sugere evitar voar de Varig
FÁBIO VICTOR
DE LONDRES
O governo britânico começou a
alertar seus cidadãos para a crise
da Varig, ao sugerir que os turistas que pretendem visitar o Brasil
devem buscar outras opções de
companhias aéreas.
O FCO (Foreign & Commonwealth Office), equivalente ao Ministério das Relações Exteriores
brasileiro, acrescentou, na semana passada, na seção de sua página na internet dedicada a recomendações a viajantes, um tópico
específico sobre a Varig -dando
erroneamente a entender que trata-se da única empresa aérea brasileira.
"A companhia aérea brasileira,
Varig, está em sérias dificuldades
financeiras. Vários vôos, internacionais e domésticos, foram cancelados ou atrasaram nas últimas
semanas. A Varig é uma empresa
privada, e o governo brasileiro
disse que não irá socorrê-la; há,
portanto, um risco iminente de
falência. Você deve levar isso em
conta quando for fazer uma reserva aérea e considerar opções alternativas", afirma o texto publicado pelo FCO.
A direção da Varig em Londres
se revoltou com o fato. O gerente-geral da empresa para o Reino
Unido, Irlanda e Oriente Médio,
Mario Bruni, enviou um e-mail ao
FCO em que se queixou da publicação. Na mensagem, pede que o
órgão revise o alerta e coloque um
novo texto no seu site.
"O que eles fizeram não existe.
Eles estão se baseando em quê?
Teve algum dado oficial? Não teve. É especulação", disse Bruni.
Segundo ele, o alerta não interferiu no movimento de clientes.
"Não houve nenhum cancelamento de reserva. Apenas uma
agência e um passageiro que ia
viajar nos ligaram para saber como estava a situação."
O gerente relatou que a operação da rota entre Londres e o Brasil (sete vôos por semana) está
normal. O cancelamento de quatro vôos neste mês foi causado,
diz, por motivos de manutenção e
avisado com antecedência aos
passageiros.
Na avaliação de Bruni, há uma
cobertura equivocada da imprensa em relação à crise da aérea, que
não contempla os motivos reais
do problema (causados, afirma,
por administrações anteriores) e
superdimensiona os seus efeitos.
"A batalha está grande contra os
jornais, principalmente. Porque
os jornais estão falando um monte de coisas que não são verdadeiras. Disseram que a Varig ia parar
na quinta-feira [da semana retrasada], e não parou; depois, que
iria parar na segunda, e não parou. E assim vai indo. Quem tem
de falar se a Varig vai parar é a Varig", declarou Bruni.
Na semana passada, a crise da
Varig se intensificou com a liquidação do Aerus, fundo de pensão
dos funcionários da companhia.
Em outra decisão, a Justiça do
Trabalho do Rio autorizou o arresto (embargo) dos bens e direitos da Varig, a fim de "blindar" o
patrimônio da empresa em caso
de falência.
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