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Governo poderá ter limite maior para gastos
Projeto prevê gastar o triplo do limite atual em despesas não-obrigatórias
Limite mensal maior de recursos poderá ser usado pelo governo, a cada ano, enquanto o Orçamento
da União não é aprovado
JULIANA ROCHA
LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal aproveitou
ontem a edição do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2009 para ampliar o limite de recursos que
poderá usar a cada ano enquanto o Orçamento da União não é
aprovado.
Pela regra atual, enquanto o
Congresso não aprova o Orçamento, o governo só pode gastar a cada mês 1/12 avos da arrecadação do ano anterior com
despesas de custeio. Pelo novo
projeto, poderá gastar o triplo
em despesas discricionárias, ou
seja, não-obrigatórias.
O projeto abre brecha para
gastos, por exemplo, do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) caso o Orçamento atrase. "Nos últimos anos, o
atraso na votação do Orçamento limitou a capacidade de investimento do governo. Essa
mudança vai permitir que esses
gastos continuem, principalmente em 2010, na véspera das
eleições", se a regra for mantida, afirmou Rogério Sobreira,
especialista em contas públicas
da Fundação Getulio Vargas.
O Ministério do Planejamento não informou os motivos da
mudança. O PLDO ainda terá
de ser votado no Congresso,
mas até o fechamento desta
edição ainda não havia sido entregue pela Casa Civil à Câmara
dos Deputados. O limite disponível para o PPI (Projeto Piloto
de Investimentos) foi fixado
em R$ 13,8 bilhões para 2008 e
em R$ 15,5 bilhões para 2009.
Crescimento
Mesmo com a crise nos Estados Unidos e a possibilidade de
aumento da taxa básica de juros no Brasil, o governo federal
incluiu na LDO a estimativa de
crescimento econômico de 5%
ao ano até 2011. O governo
mantém, ainda, a meta de inflação em 4,5% pelos próximos
três anos.
Antes do texto da LDO ser divulgado, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, explicou que a projeção de aumento
do PIB (Produto Interno Bruto) levou em conta a capacidade de crescimento da economia
compatível com política fiscal.
A meta de superávit primário
-economia feita para pagar os
juros da dívida- também foi
mantida em 3,8% do PIB.
"A previsão é de 5% porque
esse é um patamar compatível
com a situação da economia
atual, com o esforço que fazemos para aumentar investimentos e com o desafio de
manter o superávit fiscal no patamar que queremos", disse o
ministro. Ele acrescentou que a
estimativa de inflação de 4,5%
segue determinação do CMN.
O PLDO inclui, ainda, a estimativa de aumento do salário
mínimo até 2011, para R$
539,21. A projeção para o próximo ano é elevar o mínimo dos
atuais R$ 415 para R$ 453,67.
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