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Para governo, pior já passou, mas economistas contestam
Mantega diz que país já atingiu fundo do poço; Meirelles vê sinais de retomada
Apesar de indicadores esboçarem reação,
Armínio e Mailson esperam retomada do crescimento
só a partir do 2º semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os últimos indicadores mostram que a economia brasileira
esboça uma recuperação -porém, por enquanto, incipiente e
incapaz de fazer a atividade voltar aos níveis de antes do recrudescimento da crise global. Essa é a opinião de especialistas,
empresários e autoridades do
governo.
Em palestra durante o Fórum Econômico Mundial na
América Latina, realizado no
Rio de Janeiro ontem, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que "ainda
está incerto o desenvolvimento
dos próximos meses". Ele se
mostrou otimista, no entanto.
"Os indicadores já mostram sinais de retomada em alguns setores específicos. É o caso do de
automóveis."
Presente ao mesmo evento, o
ex-presidente do BC Armínio
Fraga afirmou que, na sua avaliação, o PIB (Produto Interno
Bruto) do país voltará a crescer
a partir do segundo semestre.
Tal projeção é bastante compartilhada.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, concorda que a
reaceleração se dará a partir do
terceiro trimestre do ano. Para
ele, o Brasil já atingiu "o fundo
do poço". "Não quer dizer que a
crise acabou, mas a pior fase
passou", comentou, durante
audiência pública na Câmara
dos Deputados, em Brasília,
acrescentando que o "poço, no
país, não era tão fundo quanto
nos países desenvolvidos".
Também o ex-ministro da
Fazenda Mailson da Nóbrega
diz esperar uma aceleração na
metade de 2009. "Naturalmente, em um momento como este,
o consumidor fica conservador.
O ideal é que o pessimismo desse lugar ao ânimo para gastar.
Como o desemprego não avançou como nos EUA nem houve
uma redução notável da renda,
provavelmente, quando se perceber que a atividade está subindo, haverá maior confiança."
Mailson é cauteloso, entretanto. "Creio que afirmar que o
pior já passou não se apoia na
realidade. Há sinais, sim, de
que a economia brasileira parou de piorar", comenta. "No
exterior, também estão surgindo sinais de uma estabilização,
que é o primeiro passo para a
recuperação. E o Brasil deve ter
uma retomada antes dos demais porque não enfrentou os
sérios problemas bancários e
no segmento imobiliário que
outras nações sofreram."
Ele diz que, no passado, boas
notícias como as que estão surgindo -por exemplo, a criação
de empregos formais, alta da
produção industrial e das vendas do comércio- não necessariamente significaram o fim
das turbulências.
A retomada depende ainda
da confiança pelos empresários. Bráulio Borges, economista da LCA Consultores, defende
medidas adicionais do governo
para estimular o investimento
das companhias, que segue baixo. "Poderia haver isenção de
IPI [Imposto sobre Produtos
Industrializados] para a compra de bens de capital."
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