São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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Bovespa não acompanha EUA e recua pelo 2º dia

Com desvalorização de ações da Petrobras, Bolsa cai 0,32%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa enfrentou ontem seu segundo pregão de baixa, mesmo com a recuperação do mercado acionário norte-americano. O recuo de 0,32% de ontem levou a Bolsa a 45.272 pontos, esfriando um pouco o ânimo dos investidores.
Na segunda, o Ibovespa, que reúne as 65 ações brasileiras mais negociadas, alcançou os 45.991 pontos, o que representava valorização mensal de 12,38%. Agora os ganhos acumulados pela Bolsa no mês recuaram para 10,62%.
O mercado acionário em Wall Street começou as operações no vermelho, em resposta a novos dados econômicos desanimadores. O índice Dow Jones marcou perdas de 0,63% no momento mais fraco do dia, mas se recuperou para terminar em alta de 1,38%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 0,07%.
O resultado da produção industrial americana, que sofreu retração de 1,5% no mês passado, desanimou os agentes do mercado. A utilização da capacidade instalada da indústria desceu de 70,3% em fevereiro para 69,3% em março, no que representou o pior nível na série iniciada em 1967.
O que ajudou o mercado a respirar foi a apresentação do livro bege -compilação de dados econômicos realizada periodicamente pelo BC americano. O documento mostrou que a desaceleração da economia deu sinais de arrefecimento em diferentes regiões dos EUA.
"A crise está mais amena, mas o investidor tem de ter consciência de que Bolsa é investimento para o longo prazo e que é de sua natureza oscilar, mesmo. Os recuos, como os que temos visto nesses dias, são normais. Essas baixas não significam que as perspectivas para as companhias estão piorando", avalia Mauro Calil, professor e educador financeiro.
Sem acompanhar a recuperação americana, a Bolsa de Valores de São Paulo operava na mínima do dia na última hora de pregão, com baixa de 1,34%, aos 44.810 pontos. Nesse nível, acabou por estimular compras de ações de empresas como a Petrobras e a Vale.
O enfraquecimento das commodities e uma pausa nas compras feitas pelos estrangeiros fizeram as ações PN da Petrobras chegarem a recuar 3,27%. Os papéis, que também foram pressionados pela informação de que o preço do diesel poderá ser reduzido, encerraram com baixa de 1,70%. A ação PNA da Vale, que chegou a cair 1%, fechou em alta de 0,19%.
No ano, o Ibovespa acumula valorização de 20,57%, o que coloca o mercado acionário brasileiro como um dos de destaque em 2009. A Bolsa de Nova York, por exemplo, registra depreciação de 8,51% no ano.
"Entendo que estamos em meio a um processo de recuperação da Bolsa. Mas não adiante aplicar em ações e pensar que a Bolsa vai subir 0,5% por dia, pois o mercado oscila mesmo", diz Calil.

Fluxo e câmbio
A parada da Bolsa foi acompanhada pelo fortalecimento do dólar no mercado local. A moeda americana subiu 0,09% ontem, para os R$ 2,197.
No mês, o dólar acumula queda de 5,22%.
Ontem o Banco Central divulgou que o fluxo no mercado de câmbio -que computa a entrada e a saída de dólares no país- ficou positivo em US$ 287 milhões nos primeiros sete dias úteis deste mês.
Um dos destinos do capital externo tem sido a Bolsa. Neste mês, até o dia 13, o balanço das operações dos estrangeiros no pregão apontava resultado positivo de R$ 2,6 bilhões.


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