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Governo continuará a fazer desonerações, diz Mantega
Frigoríficos e folha de pagamento são novos alvos
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionado por deputados a
apresentar novas soluções para
a crise econômica, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega,
disse ontem pela manhã, em
audiência pública na Câmara,
que o governo vai continuar
com a redução de impostos.
Mantega não explicou, porém, como o governo vai compensar a redução do caixa neste
momento de queda da arrecadação tributária.
"A redução de impostos vai
continuar, mas será graduada
de acordo com as nossas disponibilidades", afirmou Mantega,
que à tarde anunciou a redução
da meta de superávit fiscal para
este ano.
A Receita Federal já havia
alertado de que o governo não
tem mais espaço para desonerações. Ainda assim, o Ministério da Fazenda segue com as
promessas de redução de tributos, o que leva a crer que outros
setores poderão pagar mais impostos para que a conta feche.
Uma das possibilidades é um
novo aumento de tributos sobre os cigarros.
Mantega afirmou que vai
conceder desoneração para a
indústria de frigoríficos, mas
não detalhou quais tributos podem ser reduzidos no setor.
O ministro disse que está em
estudo a desoneração da folha
de pagamentos das empresas.
"Vamos continuar tomando
medidas para baratear o custo
de produção. Queremos reduzir o custo da mão de obra. [A
desoneração da folha] ainda está no nosso horizonte."
Outra promessa do ministro
aos deputados foi a criação de
um fundo garantidor para o
crédito de pequenas e médias
empresas. Esse segmento reclama que tem mais dificuldade
de obter financiamentos nos
bancos por não ter garantias
suficientes para apresentar.
Segundo assessores do ministro, o fundo servirá para garantir que as pequenas e médias empresas tomem empréstimos no BNDES. Ainda não está fechado o valor nem a fonte
dos recursos.
Eletrodomésticos
A Receita Federal confirmou
ontem que apresentou ao ministro o estudo para zerar ou
reduzir pela metade, durante
três meses, a alíquota do IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) para geladeira,
fogão, máquina de lavar e tanquinho. A queda na arrecadação seria de R$ 264 milhões
com a isenção total.
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