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AGU recorre para garantir o leilão de Belo Monte
Liminar suspendeu processo de licitação;
governo quer manter pregão no dia 20
Conselho deliberativo
da Sudam muda regra
e aprova desconto
de 75% do Imposto de
Renda para o projeto
LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A AGU (Advocacia-Geral da
União) entrou ontem com recurso no TRF (Tribunal Regional Federal) para cassar a liminar concedida pela Justiça Federal do Pará suspendendo o
leilão da usina hidrelétrica de
Belo Monte, no rio Xingu (PA).
O advogado-geral da União,
Luís Inácio Adams, disse que
está confiante de que a Justiça
irá decidir em favor da União.
Para ele, todas as questões técnicas levantadas na liminar já
foram respondidas ao Ibama
durante o processo de licenciamento ambiental da usina.
A expectativa de Adams é que
haja uma decisão rápida do
TRF com relação à liminar, para que as empresas possam se
inscrever ainda hoje para participar do leilão e também fazer o
depósito das garantias financeiras, no valor de R$ 190 milhões (o equivalente a 1% do
empreendimento, estimado
em R$ 19 bilhões).
O recurso da AGU foi encaminhado ao presidente do TRF
da 1ª Região, Jirair Aram Meguerian. Se o magistrado analisar o caso com rapidez, Adams
avalia que o governo não precisará adiar a data do leilão, marcado para o dia 20.
Meguerian não tem prazo
para julgar o recurso. Caso a decisão do TRF seja desfavorável
à União, Adams disse que ainda
cabe recurso no STJ (Superior
Tribunal de Justiça).
Mesmo com a possibilidade
de adiamento ou suspensão do
leilão, foi aprovado ontem um
desconto de 75% do IR (Imposto de Renda) para o projeto. A
decisão foi tomada pelo Conselho Deliberativo da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
Foi alterada regra que previa
o benefício apenas para projetos que estivessem gerando pelo menos 20% de sua capacidade em 31 de dezembro de 2013.
No caso de Belo Monte, esse
percentual, que equivale a
2.200 megawatts, só seria alcançado em 2016.
Financiamento
O governo decidiu ainda turbinar a concessão de financiamentos do BNDES para a compra de máquinas e equipamentos para usinas hidrelétricas.
Em reunião extraordinária, o
CMN (Conselho Monetário
Nacional) destinou um aporte
de crédito de R$ 7 bilhões exclusivamente para o setor.
Uma linha do BNDES para
bens de capital teve o limite
ampliado de R$ 12 bilhões para
R$ 18 bilhões. A modalidade,
com juros de 4,5% ao ano, contempla investimentos em setores portuário, de petróleo e gás
e de energia elétrica.
A novidade é a obrigatoriedade de destinar parte desse crédito para a aquisição de bens
relacionados a grandes usinas.
Colaborou EDUARDO RODRIGUES ,
da Sucursal de Brasília
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