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Cortes tiram dinheiro de fundo de expansão de telefonia e internet
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com os cortes de R$ 5,3 bilhões
no Orçamento de 2002 anunciados nesta semana, os programas
sociais do governo federal para
expansão da telefonia vão perder
dinheiro. Vai haver menos recursos para aumentar o acesso a serviços de telecomunicações em escolas, hospitais e comunidades
com menos de 100 mil habitantes
não vão sair do papel pelo segundo ano consecutivo.
Esses programas são financiados com o dinheiro do Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), que é
formado por uma contribuição
específica paga pelos contribuintes nas contas de telefone.
De R$ 1,1 bi para R$ 62 mi
Do total de R$ 1,1 bilhão previsto no Orçamento para os gastos
do fundo, sobraram apenas R$ 62
milhões. No ano passado, os recursos de R$ 1 bilhão do fundo foram integralmente bloqueados.
O bloqueio ou contingenciamento de recursos de fundos específicos, como é o caso do Fust, é
visto com reservas por alguns
congressistas da Comissão Mista
de Orçamento como o deputado
Sérgio Miranda (PC do B-MG).
É que esse dinheiro fica parado,
gerando uma economia de receitas que, na prática, não é efetiva
porque os recursos têm de ser
gastos em despesas específicas.
Segundo a Agência Nacional de
Telecomunicações, o Fust tinha
acumulado R$ 1,79 bilhão até fevereiro.
Internet também
Além dos programas relacionados ao acesso a serviços de telecomunicações, o fundo também deveria financiar a instalação de
computadores com acesso à internet em 13.227 escolas de ensino
médio.
Os cortes anunciados no Orçamento atingem de maneira linear
outros 52 programas considerados prioritários pelo governo entre os 350 que compõem a divisão
de despesas do governo.
Segundo o secretário de Orçamento Federal, Hélio Tollini, os
cortes no Fundo de Combate à
Pobreza, de R$ 1 bilhão, não atingirão os programas Bolsa-Escola
e Bolsa-Alimentação.
Mas haverá cortes significativos
nos programas de seguro para safra agrícola de pequenos agricultores e nos projetos de saneamento da área de saúde. "Essas ações
têm tido uma execução baixa até
agora", disse o secretário.
Os técnicos da Receita Federal
ainda estão definindo como deverá ser feito o aumento do Imposto
sobre Operações Financeiras que,
com os cortes, compensará a perda de arrecadação com o atraso
na votação da prorrogação da
CPMF.
A tendência é fazer o mesmo
que foi feito em 99, quando o governo aumentou as alíquotas do
imposto no mesmo percentual da
CPMF, que estava suspensa. Ou
seja, as atuais alíquotas do IOF
poderiam subir 0,38 ponto percentual.
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