São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

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AGROFOLHA

Política econômica e câmbio valorizado são principal alvo de ataques de produtores na Agrishow, em Ribeirão

Feira começa com críticas ao governo

DA FOLHA RIBEIRÃO

As críticas à política econômica adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dominaram a abertura da 13ª edição da Agrishow, que começou ontem em Ribeirão Preto.
A principal crítica foi em relação à taxa de câmbio, considerada baixa para a agricultura. Na avaliação do setor, o governo privilegia o sistema financeiro, em detrimento da produção. Mas também houve reclamações do "descaso" do governo com o setor, embora o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) tenha sido elogiado.
"Essa taxa de câmbio é eleitoreira, vai até outubro ou novembro. Não tem lógica", disse o presidente da feira, Sérgio Magalhães.
Carlos Lovatelli, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), disse que os agricultores "não são um grupo de amigos chorões" e que as reclamações são pertinentes. "Somos responsáveis por 30% do PIB do país e não temos tratamento condizente. Isso tem que mudar."
As críticas também foram feitas pelo deputado estadual Antônio Duarte Nogueira Júnior (PSDB), ex-secretário de Estado da Agricultura. De acordo com ele, o governo federal privilegia o setor financeiro, esquecendo a cadeia produtiva. "Ainda estamos na curva decrescente em relação aos grãos", afirmou Newton Mello, presidente da Abimaq.
Ele pediu medidas financeiras do governo, para conter o fluxo de capitais e fazer com que o impacto da crise seja amenizado. "Isso salvaria os grãos e até a indústria brasileira, que dá sinais nítidos de desaceleração", disse.
Na abertura da feira, durante discurso de Rodrigues, o produtor rural José Norberto Favero, de Breu Branco (PA), levantou-se e começou a criticar o governo. "Falam de produtores, também sou produtor e estou em crise. Sou pequeno produtor, e ninguém dá bola para o meu trabalho", disse ele, que afirmou plantar mandioca, banana e extrair madeira. (MARCELO TOLEDO)


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