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AGROFOLHA
Política econômica e câmbio valorizado são principal alvo de ataques de produtores na Agrishow, em Ribeirão
Feira começa com críticas ao governo
DA FOLHA RIBEIRÃO
As críticas à política econômica
adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
dominaram a abertura da 13ª edição da Agrishow, que começou
ontem em Ribeirão Preto.
A principal crítica foi em relação à taxa de câmbio, considerada
baixa para a agricultura. Na avaliação do setor, o governo privilegia o sistema financeiro, em detrimento da produção. Mas também
houve reclamações do "descaso"
do governo com o setor, embora o
ministro Roberto Rodrigues
(Agricultura) tenha sido elogiado.
"Essa taxa de câmbio é eleitoreira, vai até outubro ou novembro.
Não tem lógica", disse o presidente da feira, Sérgio Magalhães.
Carlos Lovatelli, presidente da
Abag (Associação Brasileira do
Agronegócio), disse que os agricultores "não são um grupo de
amigos chorões" e que as reclamações são pertinentes. "Somos
responsáveis por 30% do PIB do
país e não temos tratamento condizente. Isso tem que mudar."
As críticas também foram feitas
pelo deputado estadual Antônio
Duarte Nogueira Júnior (PSDB),
ex-secretário de Estado da Agricultura. De acordo com ele, o governo federal privilegia o setor financeiro, esquecendo a cadeia
produtiva. "Ainda estamos na
curva decrescente em relação aos
grãos", afirmou Newton Mello,
presidente da Abimaq.
Ele pediu medidas financeiras
do governo, para conter o fluxo de
capitais e fazer com que o impacto da crise seja amenizado. "Isso
salvaria os grãos e até a indústria
brasileira, que dá sinais nítidos de
desaceleração", disse.
Na abertura da feira, durante
discurso de Rodrigues, o produtor rural José Norberto Favero, de
Breu Branco (PA), levantou-se e
começou a criticar o governo.
"Falam de produtores, também
sou produtor e estou em crise.
Sou pequeno produtor, e ninguém dá bola para o meu trabalho", disse ele, que afirmou plantar mandioca, banana e extrair
madeira.
(MARCELO TOLEDO)
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