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Rede de seguridade garante até pagamento de aluguel
Programa prevê o mínimo de 359 para quem comprovar ausência de bens
Governo também banca, por tempo indeterminado,
o seguro-saúde; para
ministro, sistema é um
"incentivo à preguiça"
Norbert Millauer - 18.mar.09/France Presse
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Desempregados fazem fila em agência de recolocação em Dresden, na Alemanha; país tem sistema forte de seguridade social
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BERLIM
Apesar do endurecimento
das regras e da queda de 5% que
o PIB da Alemanha enfrentou
em 2009, não existem, a rigor,
alemães sem renda.
Pesadelo dos liberais clássicos, o governo garante que
qualquer desempregado receba, por tempo indeterminado,
benefícios que incluem o pagamento do aluguel e das contas
da casa, seguro-saúde e uma
quantia em dinheiro (o Hartz-IV, uma espécie de programa
de renda mínima).
Empregado ou não, qualquer
cidadão tem ainda direito a
190 mensais por filho.
A decisão do tribunal de considerar arbitrário o valor base
de 359 (R$ 800,6) por pessoa
para esse mínimo foi a senha
para que direita e esquerda voltassem a se engalfinhar.
A discussão agora vai muito
além do escopo da nova lei e fez
com que questionassem os fundamentos do projeto original.
Para o ministro das Relações
Exteriores e líder do partido liberal (FDP), Guido Westerwelle, o atual sistema conduz o
país a uma "decadência semelhante à dos últimos anos do
Império Romano" e é um "incentivo à preguiça".
Segundo dados da agência
governamental para o trabalho, há 3,6 milhões de alemães
desempregados competindo
por 800 mil postos abertos.
Já a esquerda, incluindo o
próprio partido de Gerhard
Schröder, exige que a liberação
do benefício não requeira comprovação de ausência de bens.
O Partido Verde vai mais longe
e exige que o piso seja aumentado para 420.
Ação de ONGs
Sinal de que os benefícios
não têm bastado é o sucesso de
organizações como a Tafel,
ONG que recolhe alimentos
que seriam descartados por supermercados e os distribui a 1
milhão de alemães por dia.
Em uma sexta-feira, cerca de
30 pessoas, a maioria idosos e
mulheres com crianças, fazem
fila em um dos 45 pontos de
distribuição de Berlim. Entre
elas está uma sérvia de meia-idade que mora há 25 anos na
cidade e não quer se identificar.
"Eu recebo o Hartz-IV e o governo também paga meu aluguel e meu plano de saúde, mas
o dinheiro não dá, por isso venho aqui. Mas na Alemanha é
bom. Na Sérvia, se você não
tem emprego, você morre."
(DANILO VILELA BANDEIRA)
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