São Paulo, domingo, 16 de maio de 2010

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Cuba recebe 32% de crédito brasileiro

Dependente da importação de alimentos, ilha obteve, em 2009, US$ 98 milhões para comprar de produtores do país via Proex

Operadas pelo Banco do Brasil, linhas têm como fonte de financiamento recursos vindos da União e praticam juros subsidiados

PEDRO SOARES
CLAUDIA ANTUNES
DA SUCURSAL DO RIO

Dependente da importação de alimentos, Cuba recebeu nos últimos anos crédito do governo do Brasil para comprar de produtores do país.
Em 2009, a ilha caribenha obteve empréstimos de US$ 98 milhões, cifra correspondente a 32% do Proex (Programa de Financiamento às Exportações), uma linha de crédito dotada de recursos do Orçamento da União.
No ano passado, o programa financiou US$ 305 milhões (10% a menos do que em 2008). O Proex é, ao lado do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o principal mecanismo de fomento às exportações.
Ele é dividido em duas modalidades: a de financiamento, pela qual o Brasil emprestou à Cuba, e a de equalização, usada para dar competitividade às empresas brasileiras ao nivelar as taxas de juros com as de concorrentes internacionais.
Muito usada no passado pela Embraer, a linha de equalização é a mais polpuda: emprestou US$ 4 bilhões em 2009.
Operadas pelo Banco do Brasil, as linhas do Proex têm como fonte de financiamento exclusivamente recursos do Orçamento da União e praticam taxas de juros subsidiadas. Para 2010, a modalidade de financiamento tem reservado R$ 1,050 bilhão no Orçamento -cerca de US$ 580 milhões.
No ano passado, porém, a execução não chegou a 40%.
Segundo Nilo José Panazzolo, diretor de comércio exterior do BB, as regras de financiamento são dadas pelo Tesouro e o banco apenas opera a linha.
O executivo diz que Cuba nunca atrasou de modo significativo os pagamentos. As garantias da operação são dadas pelo Banco Nacional de Cuba.
Segundo o BB, 42% do Proex financiamento foi destinado ao agronegócio, o que representou US$ 128 milhões em 2009. Em seguida, vieram os segmentos têxtil, de vestuário e de calçados (US$ 77 milhões) e de máquinas e equipamentos (com US$ 49 milhões).
Entre as empresas que mais enviam produtos ao exterior estão Brasil Foods (Sadia/Perdigão), Bunge e Cargill.
Além do Proex, Cuba conta ainda com o apoio do BNDES para o financiamento de projetos de infraestrutura. De 1997 a 2009, a ilha já recebeu empréstimos de US$ 166 milhões, a maior parte liberada nos últimos dois anos.


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