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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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AVIAÇÃO

Será cortado de 132 para 110 o número de jatos que vão ser entregues neste ano, com perda de US$ 400 milhões

Embraer vai reduzir a entrega de aviões

Remy de la Mauviniere/Associated Press
Jato da Embraer, o EMB-170 (dir.), exposto na Feira Internacional Aeroespacial de Le Bourget


MARIA LUIZA ABBOTT
DE PARIS

Depois de uma semana de boas notícias, a Embraer anunciou dificuldades ontem, na Feira Internacional Aeroespacial de Le Bourget, em Paris. A empresa vai reduzir a entrega de aviões este ano de 132 para 110, perdendo cerca de US$ 400 milhões em receita. Em compensação, no ano que vem, o número de aeronaves a serem entregues deve aumentar de 136 para 160, com uma receita extra de US$ 552 milhões.
"O impacto financeiro este ano não é relevante, porque a soma dos dois anos será maior do que a esperada, mas é sempre desagradável o impacto de um plano que não será realizado como o esperado", disse o presidente da Embraer, Maurício Botelho.
Não está previsto o anúncio de nenhum novo contrato da Embraer nessa feira internacional de aviação, que é um dos mais importantes eventos do setor. Segundo Botelho, o adiamento nas entregas de aeronaves se deve às dificuldades no setor de aviação comercial e no mercado de jatos para empresas, além de um atraso na certificação do avião EMB-170.
Esse novo avião deveria receber seu certificado em junho, no Brasil, mas o software para os comandos não foi concluído a tempo pela empresa encarregada de desenvolver esse novo sistema. A certificação só será concluída em novembro e, com isso, foi adiada a entrega de pelo menos seis novos aviões desse tipo para a Alitalia.
O presidente da Embraer reconheceu que existem dificuldades especialmente no mercado de jatos corporativos, pois com a redução geral de lucros, as empresas estão preferindo adiar as encomendas. Com essa situação, cairá o número dos aviões do tipo Legacy -que custam cerca de US$ 20 milhões, cada um- que seriam entregues este ano.
"O ambiente de negócios está agressivo e causando distorções, em função da situação da economia e também das dificuldades das companhias aéreas. Opções não estão sendo confirmadas e novos negócios não estão sendo feitos", disse Botelho. Apesar dos problemas atuais, ele assegurou estar confiante na melhora das condições do mercado e na estratégia escolhida pela Embraer.
A evolução dos negócios da empresa em 2003 não prevê a concorrência para o fornecimento de caças para a FAB, que foi adiada pelo governo. Segundo a Folha apurou, a expectativa é de que o processo possa ser retomado ainda no segundo semestre.


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