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MERCADO ABERTO
MP divide indústria e economistas
A esperada "MP do Bem", que
desonera investimentos
produtivos e concede incentivos à inovação tecnológica
e às empresas exportadoras, foi
recebida com aplausos pela indústria mas com desconfiança
por economistas. O anúncio da
medida ontem soou como um
artifício do governo para tirar os
holofotes da crise política gerada
pelas denúncias de corrupção do
deputado Roberto Jefferson.
Para o economista Paulo Leme,
da Goldman Sachs, por exemplo,
o problema não é macroeconômico, e sim de uma grave crise
política. Segundo ele, a ênfase do
governo deveria ser dada à reforma ministerial e às reformas no
Congresso.
Leme considera até que a "MP
do Bem" pode aumentar o risco
político e inibir investimentos diretos. "A MP é apenas um paliativo caro em termos fiscais e duvidoso em termos de resultados",
afirma. "Em vez de medidas de
alívio fiscal, seria desejável reduzir despesas públicas", diz o economista do banco americano.
Mas Julio Gomes de Almeida,
diretor do Iedi, considerou bastante positivas as mudanças
anunciadas ontem pelo governo.
Segundo ele, trata-se de um
avanço em relação às medidas de
desoneração do investimento tomadas no ano passado, que foram consideradas muito tímidas.
A seu ver, se uma empresa não
investir em inovação tecnológica
agora, por exemplo, não será por
incentivo fiscal. Ele lamenta, porém, que a MP tenha saído em
meio a uma crise política.
O deputado Delfim Netto (PP-SP) também considerou positivas as medidas de ontem, embora ele considere que a ênfase do
governo deveria ser o equilíbrio
fiscal. Ele elogiou principalmente
o incentivo dado pelo governo à
exportação, que, a seu ver, foi a
prioridade de diversos países para o crescimento econômico.
Delfim acha que o Congresso irá
aperfeiçoar a MP. "Os projetos
sempre saem melhor do que chegam ao Congresso", diz.
A VOLTA DA LEGO
Depois de um ano longe das lojas no Brasil, os brinquedos da
Lego voltam às prateleiras no fim do mês. Em 2004, a empresa
passou por reestruturação mundial para enfrentar a crise iniciada em 2002. A concorrência com brinquedos eletrônicos gerou
especulações de que a Lego quebraria. Para se adaptar, a fábrica
dinamarquesa demitiu quase mil funcionários, concentrou a
produção na sede e trocou representantes, como a brasileira Estrela. Segundo Robério Esteves, gerente de operações da Lego
no Brasil, a empresa agora aposta em brinquedos com mais
funções do que o simples encaixe -já presentes em quase 30%
da linha. "Mas não faz parte dos planos da empresa deixar de ser
uma fabricante de brinquedos de encaixar." A expectativa da
Lego é elevar as vendas neste ano em 25% ante 2003.
LANÇAMENTO
Autores: Francesco Giavazzi, Ilan Goldfajn e Santiago Herrera (ediç.)
Editora: MIT Press
Preço: R$ 150
Uma coletânea de artigos sobre
a experiência brasileira com metas
de inflação compõe o livro "Inflation Targeting, Debt and the
Brazilian Experience, 1999 to
2003" (sem versão em português,
mas disponível no Brasil), editado
pelos economistas Francesco Giavazzi (Universidade Bocconi, em
Milão), Ilan Goldfajn (ex-diretor de
Política Econômica do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos) e Santiago Herrera (Banco
Mundial). Os ensaios analisam como a meta de inflação no país,
aliada ao câmbio flutuante, sobreviveu a uma série de choques econômicos e examinam as lições que
sobressaem da experiência.
MISSÃO CUMPRIDA
A Aracruz e a Stora Enso anunciam hoje a nomeação de Renato
Guéron para a presidência da
Veracel Celulose S.A, que está investindo US$ 1,2 bilhão em uma
nova fábrica de celulose na Bahia. Ele substitui Vitor Costa, que
foi o responsável pela construção
da nova planta. Guéron era diretor desse projeto da Veracel. A
empresa possui controle compartilhado -as sócias Aracruz e
Stora Enso, européia, detêm 50%
de participação cada uma.
MIGRAÇÃO
Entre os postos de combustíveis com bandeira branca que
possuem lojas de conveniência,
28% pretendem migrar para
marcas tradicionais neste ano. A
informação será divulgada no
anuário do Sindicom (sindicato
nacional das distribuidoras de
combustíveis) na ExpoPostos &
Conveniência 2005, no fim do
mês, em São Paulo.
NA REDE
A Fundação Lemann, em parceria com o Daquiprafora Intercâmbio Esportivo, vai levar jovens tenistas para estudar em
universidades americanas. O investimento total, até o fim do
ano, será de US$ 66 mil.
DECISÕES FORENSES
O TJ do Amazonas pôs abaixo
na terça uma controversa condenação por danos morais. Há dez
anos, a Bradesco Seguros foi
condenada, em primeira instância, a pagar à Agropecuária Mendonça indenização de R$ 1 bilhão por danos morais. Argumentou que a Bradesco se recusara a indenizá-la por um incêndio ocorrido na fábrica. A seguradora, defendida pelo advogado Sérgio Bermudes, entende
que o incêndio foi fabricado.
LICITAÇÃO
Em meio às denúncias de corrupção no governo, a Embratur
abriu licitação para contratar
uma empresa de relações públicas. Oito grandes agências brasileiras apresentaram seus projetos ontem, em Brasília.
MAIS LISTAS
Após unificar as operações de
seus dois negócios de listas telefônicas (Listel e Editel), a Publicar do Brasil abre dez novos escritórios no país, em cidades como Caxias do Sul, Natal e Macapá, alta de quase 50% em relação
aos 23 já existentes. A unidade
brasileira do grupo colombiano
investirá cerca de R$ 50 milhões
nas duas marcas neste ano.
PROFISSIONALIZAÇÃO
Com o objetivo de tornar a
gestão mais profissional, a
BDO Trevisan terá pela primeira vez uma diretora-geral.
Iêda Novais passará a exercer
algumas das funções desempenhadas por Antoninho
Marmo Trevisan, que ficará
com as atribuições institucionais da presidência do grupo
e um assento no conselho de
administração da empresa.
Novais presidiu o conselho
consultivo da companhia de
suporte de carreiras Mariaca
& Associates, na qual era responsável pela governança
corporativa. Na BDO Trevisan, Novais definiu como desafio "levar a empresa à liderança em auditoria e consultoria em, no máximo, dois
anos". Ela hoje está em terceiro, atrás da Deloitte e da Pricewaterhouse Coopers.
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