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TECNOLOGIA
Dilma defende padrão único para a TV digital no Mercosul
FLAVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
Prestes a anunciar a escolha do padrão japonês de TV
digital no Brasil, o governo
saiu em campanha para que
os países do Mercosul adotem o mesmo modelo, mas
encontrou na Argentina um
cenário desfavorável.
O chamado foi dado pela
ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Rousseff, em reunião
com o ministro argentino do
Planejamento, Julio de Vido.
"O objetivo do Brasil é ter um
modelo único no Mercosul",
afirmou Dilma, em Buenos
Aires, de onde seguiu para
Montevidéu também para
tratar do tema.
Para Dilma, o "cenário
mais favorável" ao país é o da
escolha comum, mas a atuação em conjunto com a Argentina independe do modelo adotado. "O que é fundamental é construir um ambiente de cooperação tecnológica que será extremamente favorecido se o padrão for
o mesmo", afirmou.
De acordo com a ministra,
o objetivo da reunião com De
Vido, principal ministro de
Kirchner, foi oferecer todas
as informações sobre o processo no Brasil, mas, segundo ela, não há imposição do
"padrão brasileiro".
Apesar de não haver declarações do governo Kirchner,
é improvável que o país vizinho siga o Brasil na decisão: o
modelo europeu e o americano são mais cotados no país.
Os dois países assinaram
um acordo de cooperação
tecnológica de TV digital,
mas de lá pra cá não houve
coordenação nas reuniões
com representantes dos modelos disponíveis. Enquanto
o Brasil se aproximava dos
japoneses, os argentinos
montaram uma comissão
para discutir o tema.
Os fabricantes de TVs argentinos não integram a comissão, mas julgam que a escolha de um modelo distinto
do brasileiro protegeria o
mercado local. Hoje, o excedente de televisores do Brasil
é vendido à Argentina.
Segundo Dilma, o governo
deve conversar com todos os
países da América Latina,
mas a convergência não é
"imprescindível". "Não podemos fazer disso um cavalo
de batalha. No futuro, as tecnologias se convergem."
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