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Pizza e sushi atraem elite carioca em supermercado
Rede Zona Sul aposta na oferta de serviços e em lojas em bairros de classe média alta no Rio para atrair público-alvo
Cadeia varejista tem o maior faturamento por m2 entre os supermercados do país e conta com sommelier para ajudar na escolha dos vinhos
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
A cena é nova no Rio, mas cada vez mais comum: pessoas tomando café da manhã ou comendo pizzas em supermercado. O hábito é mais um ingrediente no até agora bem-sucedido esforço da cadeia Zona Sul
para cativar seu público-alvo:
as classes média e alta do Rio.
Segundo o balanço de 2006
do setor, publicado em abril pela revista especializada "Supermercado Nacional", o Zona Sul
aparece em 15º no ranking nacional, com R$ 690,6 milhões
de faturamento. Mas é o 1º lugar absoluto em um quesito: faturamento por metro quadrado
(R$ 41,5 milhões).
As 30 lojas do Zona Sul são de
médio porte e concentram-se
na região que dá nome à rede,
onde estão consumidores de
maior poder aquisitivo. É gente
como a chef Flávia Quaresma,
que freqüenta uma loja do Leblon onde, além de café e pizzaria, há peixaria, sushis e seção
de sucos naturais.
"É bom você poder comer
enquanto faz compras, sem
correria. A pizza nem é o meu
estilo, é fina, mas poder escolher um vinho na prateleira,
abrir e pagar o mesmo preço
que pagaria se levasse para casa
é muito bom. E o clima do restaurante não é frio, você não fica entre presuntos e salames",
diz Quaresma.
Além de vinhos selecionados
pelo sommelier Danio Braga,
há ofertas de espumantes, azeites, frios e outros produtos voltados para as classes A e B. Parte deles é importada.
"Não é um supermercado para fazer compras grandes, até
porque os preços não são muito
baratos. Mas acho ideal quando
preciso de coisas um pouco
mais sofisticadas, como queijos
e vinhos", diz a cantora Claudia
Amorim, assídua da loja de Laranjeiras.
Caça de pontos
Embora o Zona Sul exista há
cinco décadas, foi nos anos 90
que iniciou uma política agressiva de compra de mercados
médios. Em alguns bairros, há
mais de uma unidade -cinco
em Ipanema e seis em Copacabana, por exemplo. Também há
lojas em bairros de classe média alta da zona oeste (Barra da
Tijuca e Recreio dos Bandeirantes) e numa cidade do sul
fluminense (Angra dos Reis).
"Eles entendem que a localização é fundamental. Abrem
pontos onde é possível e depois
ajustam o espaço. Como as lojas não têm depósitos grandes,
a logística é fundamental, para
não faltar mercadorias", diz Alberto Serrentino, da consultoria Gouvêa de Souza.
Para o consultor, é "quase
impossível" o Zona Sul tentar
reproduzir seu modelo em São
Paulo, onde não haveria pontos
disponíveis. Por meio de sua assessoria, a rede informa que
não tem planos de entrar em
outras praças, e muito mais não
diz -a direção não quis falar à
Folha. Descendentes de italianos, os proprietários não costumam aparecer publicamente.
Pão de Açúcar
O sucesso do Zona Sul atrapalha em parte os planos do
Pão de Açúcar, maior rede do
país -pelo menos até a compra
do Atacadão pelo Carrefour,
anunciada em abril.
"O Pão de Açúcar está ensanduichado no Rio, pois o Zona
Sul é a rede da classe mais alta,
enquanto nas classes C e D há o
Mundial e o Guanabara, que
trabalham com preços muito
agressivos", diz Serrentino.
Segundo sua assessoria, o
Pão de Açúcar, por meio das lojas com seu nome ou das de
bandeira Sendas, faz frente ao
Zona Sul nos pontos em que há
a disputa. Mas seu foco principal, por causa do perfil da Sendas, são áreas mais populares.
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