São Paulo, sábado, 16 de junho de 2007

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Pizza e sushi atraem elite carioca em supermercado

Rede Zona Sul aposta na oferta de serviços e em lojas em bairros de classe média alta no Rio para atrair público-alvo

Cadeia varejista tem o maior faturamento por m2 entre os supermercados do país e conta com sommelier para ajudar na escolha dos vinhos


LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

A cena é nova no Rio, mas cada vez mais comum: pessoas tomando café da manhã ou comendo pizzas em supermercado. O hábito é mais um ingrediente no até agora bem-sucedido esforço da cadeia Zona Sul para cativar seu público-alvo: as classes média e alta do Rio.
Segundo o balanço de 2006 do setor, publicado em abril pela revista especializada "Supermercado Nacional", o Zona Sul aparece em 15º no ranking nacional, com R$ 690,6 milhões de faturamento. Mas é o 1º lugar absoluto em um quesito: faturamento por metro quadrado (R$ 41,5 milhões).
As 30 lojas do Zona Sul são de médio porte e concentram-se na região que dá nome à rede, onde estão consumidores de maior poder aquisitivo. É gente como a chef Flávia Quaresma, que freqüenta uma loja do Leblon onde, além de café e pizzaria, há peixaria, sushis e seção de sucos naturais.
"É bom você poder comer enquanto faz compras, sem correria. A pizza nem é o meu estilo, é fina, mas poder escolher um vinho na prateleira, abrir e pagar o mesmo preço que pagaria se levasse para casa é muito bom. E o clima do restaurante não é frio, você não fica entre presuntos e salames", diz Quaresma.
Além de vinhos selecionados pelo sommelier Danio Braga, há ofertas de espumantes, azeites, frios e outros produtos voltados para as classes A e B. Parte deles é importada.
"Não é um supermercado para fazer compras grandes, até porque os preços não são muito baratos. Mas acho ideal quando preciso de coisas um pouco mais sofisticadas, como queijos e vinhos", diz a cantora Claudia Amorim, assídua da loja de Laranjeiras.

Caça de pontos
Embora o Zona Sul exista há cinco décadas, foi nos anos 90 que iniciou uma política agressiva de compra de mercados médios. Em alguns bairros, há mais de uma unidade -cinco em Ipanema e seis em Copacabana, por exemplo. Também há lojas em bairros de classe média alta da zona oeste (Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes) e numa cidade do sul fluminense (Angra dos Reis).
"Eles entendem que a localização é fundamental. Abrem pontos onde é possível e depois ajustam o espaço. Como as lojas não têm depósitos grandes, a logística é fundamental, para não faltar mercadorias", diz Alberto Serrentino, da consultoria Gouvêa de Souza.
Para o consultor, é "quase impossível" o Zona Sul tentar reproduzir seu modelo em São Paulo, onde não haveria pontos disponíveis. Por meio de sua assessoria, a rede informa que não tem planos de entrar em outras praças, e muito mais não diz -a direção não quis falar à Folha. Descendentes de italianos, os proprietários não costumam aparecer publicamente.

Pão de Açúcar
O sucesso do Zona Sul atrapalha em parte os planos do Pão de Açúcar, maior rede do país -pelo menos até a compra do Atacadão pelo Carrefour, anunciada em abril.
"O Pão de Açúcar está ensanduichado no Rio, pois o Zona Sul é a rede da classe mais alta, enquanto nas classes C e D há o Mundial e o Guanabara, que trabalham com preços muito agressivos", diz Serrentino.
Segundo sua assessoria, o Pão de Açúcar, por meio das lojas com seu nome ou das de bandeira Sendas, faz frente ao Zona Sul nos pontos em que há a disputa. Mas seu foco principal, por causa do perfil da Sendas, são áreas mais populares.


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