São Paulo, terça, 16 de junho de 1998

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Bolsa russa cai por receio de alta de juros

das agências internacionais

O mercado acionário russo começou ontem a semana com uma expressiva queda de 7,5% devido ao receio dos investidores de que o banco central eleve mais uma vez sua taxa de juros.
Seria o terceiro aumento e a quarta alteração dos juros em um mês. Da última vez, no dia 4, a taxa foi reduzida de 150% para 60% ao ano. O aumento anterior foi em 27 de maio, quando a taxa saiu de 50% para 150% ao ano, a maior de todo o mundo.
O principal índice da Bolsa russa caiu ontem para 164,84 pontos, seu nível mais baixo desde outubro de 1996. O mercado acionário já acumula 58,5% de perdas desde janeiro.
Ontem, os juros da dívida russa chegaram a quase 70%, valor mais alto em duas semanas e superior aos 60% oferecidos como taxa de refinanciamento.
O rublo caiu ontem para 6.212 em relação ao dólar, contra 6.210 da última quinta-feira. O mercado esteve fechado na sexta-feira em virtude de um feriado. Desde janeiro, a moeda já se desvalorizou 3,6%, apesar do esforço do banco central em comprar rublos para tentar segurar sua cotação.
Investidores avaliavam ontem que o socorro do FMI (Fundo Monetário Internacional) pode não chegar tão rápido quanto seria necessário. A Rússia deve honrar US$ 1,5 bilhão de dívidas que vencem esta semana e um total de US$ 30 bilhões até o final do ano.
"Não há possibilidade de a Rússia sair da crise sem um grande pacote de ajuda internacional", disse Martin Taylor, diretor de investimentos do Baring Asset Management, em Londres.
O FMI já anunciou que está negociando com o governo russo. Analistas estimam, no entanto, que as reuniões se estendam por algumas semanas. Os investidores afirmam que só com um socorro de cerca de US$ 10 bilhões a Rússia poderá recuperar a confiança do mercado e evitar a desvalorização do rublo.
Além de sua própria crise financeira, a Rússia ainda sofre o efeito da turbulência das Bolsas asiáticas, influenciadas, por sua vez, pela queda do iene, a moeda japonesa.



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