|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PETRÓLEO
Empresa afirma que confia no potencial da área de Santos; país se torna o número um dos mercados da italiana
Temor de disputa explica ágio, diz Agip
da Sucursal do Rio
Responsável pelo maior ágio
(53.565%) pago no leilão das áreas
para exploração e produção de petróleo ontem, o executivo Rocco
Valentinetti, presidente da italiana
Agip no Brasil, disse à Folha que a
diretoria da empresa até achou o
percentual alto, mas a medida foi
tomada por "medo de mais propostas" serem apresentadas.
"Gosto muito do Brasil e bastante do bloco quatro de Santos", disse Valentinetti, italiano radicado
no país há um ano, ao justificar o
interesse no Brasil.
Com a entrada no mercado brasileiro para exploração, o país se
torna o número um na lista dos
mais importantes mercados da
Agip, que já detém campos de exploração em outros países da
América Latina (Venezuela, Colômbia), nos Estados Unidos e na
África e figura entre os sete gigantes do setor petrolífero mundial,
segundo Valentinetti.
A Agip responde por 22% do
mercado de gás liquefeito (botijões
de gás) brasileiro, via uma subsidiária do grupo, a Agip Liquigás,
localizada em São Paulo.
Também em São Paulo, a Agip
inaugurou, no ano passado, sua
entrada no mercado de distribuição, comprando a rede de postos
São Paulo (1.200 postos).
Suas atividades no mercado nacional se estendem ainda para a fabricação de lubrificantes.
O faturamento mundial do grupo Eni (controlador da Agip) em
97 (último dado disponível) foi de
US$ 46 bilhões.
O diretor-geral da ANP (Agência
Nacional do Petróleo), David
Zylbersztajn, se disse "francamente" surpreso com a Agip.
"Nossa estratégia não é agressiva. Os outros é que não ficaram
agressivos", disse Valentinetti,
quando questionado sobre o ágio
de 53.500% pago por uma área de
exploração na bacia de Santos.
A Agip venceu as propostas da
British Gas (R$ 20 milhões) e o
consórcio da Kerr McGee (Canadá) e a norte-americana Amerada
Hess (R$ 9,2 milhões).
Dispostos a ampliar os investimentos no Brasil, os italianos da
Agip pretendem fechar mais parcerias com a Petrobras (eles estão
juntos num consórcio vencedor do
leilão de ontem), intenção recíproca, segundo o presidente da empresa brasileira, Henri Philipe
Reichstul.
"Estamos abertos a negócios
com eles, sim", afirmou o presidente da Petrobras.
Segundo Valentinetti, a Agip só
não fechou outros projetos com a
Petrobras porque perdeu o prazo
dado pela empresa brasileira para
os acordos, oferecidos a várias empresas internacionais havia dois
anos.
A Agip se comprometeu a contratar, no mínimo, 25% e 20% de
fornecedores locais nas fases de
exploração e desenvolvimento,
respectivamente.
Texto Anterior: Especialista vê "presente" em venda Próximo Texto: Estado pode ficar com 50% das receitas Índice
|