São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Anheuser-Busch reduz peso da AmBev no grupo

Participação da brasileira em venda e produção cai

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Atualmente responsável por cerca de 38% da produção de cerveja da InBev e por 62% do seu faturamento, a brasileira AmBev verá o seu peso dentro do grupo diminuir após a compra da americana Anheuser-Busch. Do faturamento estimado de US$ 36,4 bilhões da gigante Anheuser-Busch InBev, os US$ 12,2 bilhões da AmBev representarão apenas 33,5%.
Na produção de 46 bilhões de litros da bebida, a companhia brasileira entrará com 10,3 bilhões de litros, ou 23%.
Esse reposicionamento é mais um capítulo do processo de globalização da empresa, que nasceu em 1999, com a incorporação da Antarctica pela Brahma, e foi vendida para a belga InBev em 2004. A diminuição da participação da AmBev nos resultados do grupo não significa, porém, que a sua importância será reduzida.
"Os mercados consumidores emergentes têm um potencial muito significativo de crescimento -possuem uma grande população, cuja renda está aumentando. Então, a operação no país continuará sendo fundamental", afirma Arthur Barrionuevo, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Para Alexandre Assaf Neto, professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), a AmBev sai fortalecida da transação.
Primeiro, porque os seus criadores -Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira-, que são os maiores acionistas individuais da InBev e ditam o estilo de gestão, vão se tornar acionistas da maior cervejaria do mundo. E, depois, porque a brasileira usufruirá de todos os benefícios de fazer parte de uma estrutura imensa, o que lhe possibilitará ganhar escala de produção e distribuição. "O desafio deles será gerir tantos produtos", destaca.
Peter Ping Ho, analista da corretora Planner, frisa que a AmBev já tem uma posição consolidada no Brasil e na América Latina. "Resta esperar a reação dos seus concorrentes. A tendência, no setor, é de as maiores comprarem cervejarias locais. E essa pode ser uma tática das que agora se acham ameaçadas", diz.


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