São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 2002

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COMÉRCIO EXTERIOR

Governo usa dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador para diminuir seca de crédito para exportadores

Socorro para exportador terá R$ 2 bi do FAT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As linhas de crédito para empresas exportadoras terão um reforço de R$ 2 bilhões, provenientes de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), depositados no BNDES.
Esse valor deve se somar ao US$ 1 bilhão, anunciado anteontem, que o BNDES vai liberar para financiar exportações nas próximas semanas. O objetivo é atender os pedidos de empréstimos que têm sido recusados pelo mercado devido à crise de confiança na economia brasileira.
Até o fim do ano, o banco vai receber mais US$ 1 bilhão do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que também poderá beneficiar as exportações.
O governo federal publica hoje no "Diário Oficial" da União uma medida provisória que autoriza a alocação dos depósitos do FAT no BNDES para financiar comércio exterior.
O reembolso dos recursos, de acordo com a medida provisória, deve ser feito em até 180 dias, em parcela única. O FAT será remunerado pelo "empréstimo" dos recursos. Caberá ao ministro do Trabalho adotar as providências necessárias para a alocação dos recursos.
Os US$ 2 bilhões anunciados anteontem para reforçar as linhas de crédito do BNDES serão utilizados para aliviar a falta de liquidez observada nas últimas semanas. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, os R$ 16 bilhões disponíveis no mercado em bancos comerciais para financiar as exportações foram reduzidos a cerca de R$ 13 bilhões nas últimas semanas por falta de renovação nos empréstimos. Segundo os exportadores, a escassez é mais aguda.
O Banco Central também vai reforçar os recursos que serão disponibilizados para os exportadores, mas ainda não foram definidos valores. Parte das reservas em dólares do país será utilizada para oferecer empréstimos aos exportadores, mas o valor ainda não foi divulgado.

Energia
A medida provisória publicada hoje também modifica a forma de o BNDES arrecadar recursos para fornecer o empréstimo para as distribuidoras e geradoras de energia elétrica reporem as perdas com o racionamento. O banco poderá financiar as empresas do setor com o superávit financeiro obtido em 2001.
Dessa forma, o BNDES não concorre com o Tesouro na captação de recursos, o que teria um "impacto negativo" no mercado, de acordo com o governo.


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