São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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PREÇO DA LIDERANÇA

Brasil ouve queixas do Paraguai

País reivindica compensações por causa do combate ao contrabando

CLÁUDIA DIANNI
ENVIADA ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Depois de ouvir reclamações da Argentina, será a vez do governo brasileiro escutar as queixas paraguaias.
O Paraguai também pede o fim da incidência de contribuições sobre as importações brasileiras e querem discutir linhas de financiamento para compensar as perdas pela diminuição da economia informal no país, ou seja, das atividades ilícitas de contrabando.
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada já rendeu ao Paraguai um empréstimo de US$ 300 milhões do BNDES para obras viárias. Mas o governo paraguaio quer linhas de crédito para gerar empregos em Ciudad del Este para aqueles que estão ficando sem trabalho por causa do combate ao contrabando.
No dia 19, a ministra de Relações Exteriores do Paraguai, Leila Rachid, encontra-se com o ministro Celso Amorim. Ela pretende pedir o fim da incidência de 1,8% de PIS (Programa de Integração Social) e de 7,6% de Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre importados. No dia 26 será a vez do presidente Nicanor Duarte -que fará uma visita de trabalho ao país durante dois dias- reunir-se com Lula para falar das compensações.
Fontes do governo paraguaio estimam que cerca de 40% da economia do país é informal. Segundo o embaixador do Brasil em Assunção, Luiz Augusto de Castro Neves, a abertura comercial e a formação do Mercosul gerou um impacto econômico para o Paraguai, cuja economia é altamente dependente das atividades informais.
"Até o início dos nos 90, o Paraguai era, por exemplo, o maior fornecedor de uísque do Brasil. Com a queda nas tarifas de importação, as pessoas passaram a comprar importados diretamente nos supermercados", disse o embaixador.
Segundo Castro, o Mercosul fortaleceu não só a democracia e as instituições do Paraguai como contribuiu para diminuir a informalidade da economia.

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