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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Crise pode durar mais, dizem economistas
Apesar da piora dos mercados financeiros aqui e lá fora
nesses últimos dois dias, os
analistas ainda não vêem sinais
de a crise se expandir para a
economia real. Da mesma forma que o mercado pode ter exagerado nas altas que precederam esse atual período de turbulência, agora pode estar
ocorrendo algum excesso nesse
movimento de correção.
As incertezas ainda são muito grandes e a sensação geral é
que a crise pode ser maior e
mais duradoura do que se supunha há pouco tempo.
"A crise pode ser maior do
que se imaginava antes", diz
Fábio Barbosa, presidente da
Febraban e do ABN Amro Real.
"O mercado está tendo mais dificuldades para digerir as perdas no "subprime"."
Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e atualmente economista
do ABM Amro, a turbulência
deve certamente provocar algum impacto na economia real,
mas ele acha que será pequeno.
"Não me parece que essa turbulência irá afetar muito o
crescimento da economia
mundial", diz.
Schwartsman acha que, apesar do exagero que pode ocorrer hoje nesse movimento de
correção de preços, a crise deve
ficar limitada aos mercados financeiros. A repercussão sobre
a atividade econômica deve ser
modesta.
Diante dessa perspectiva favorável, Schwartsman acha que
dificilmente o Fed (o banco
central americano) irá baixar
os juros em setembro, apesar
da pressão das instituições financeiras. Depois do socorro
dado pelos bancos centrais na
semana passada, o mercado
passou a apostar na hipótese de
queda de juros.
O Fed, no entanto, não parece disposto a ceder ao mercado,
e, para Schwartsman, também
não há necessidade. O economista acha que essa atual fase
de turbulência ainda pode demorar mais uns três meses,
mas, mesmo assim, ele não
acredita na possibilidade de
contágio.
Iguatemi tem lucro triplicado
O grupo Iguatemi teve seu lucro líquido triplicado, no segundo trimestre deste ano,
atingindo a marca de R$ 17,5
milhões. O Ebitda -que reflete
a geração de caixa da empresa-
chegou a R$ 22,35 milhões no
período, um aumento de 79%.
Os resultados vêm seis meses
após o grupo abrir seu capital
na Bovespa e, de acordo com
Pedro Jereissati, vice-presidente de finanças do grupo, foram motivados por um "crescimento orgânico" e "principalmente pelas aquisições implementadas nos últimos meses".
No período, foram fechados
quatro novos negócios, em
Campinas, Sorocaba, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Segundo Jereissati, para
manter aquecida a agenda de
crescimento do grupo, a idéia é
continuar com o plano de aquisições e de novos desenvolvimentos com bom fundamento.
O foco está nas regiões Sul e
Sudeste e em Brasília. "São
mercados onde há maior potencial de consumo para shoppings", afirma.
Na programação, já estão
confirmados ao menos três novos empreendimentos: o Condomínio Torre São Paulo, que a
W/Torre está construindo, em
que terá um shopping center na
Marginal Pinheiros, e o Iguatemi Alphaville, um misto de
shopping e torre de escritórios,
em São Paulo, e em Brasília, um
novo shopping com a marca
Iguatemi no Lago Norte.
Todos os empreendimentos
devem ser inaugurados entre o
fim de 2009 e o começo de 2010
e são voltados para as classes
média e alta.
DANÇA DAS CADEIRAS
A loja brasileira da fabricante de móveis italiana Kartell
traz ao Brasil, no fim do mês, a exposição "Mademoiselle
à la Mode!", que mostra a releitura de estilistas sobre a
poltrona do designer Phillipe Starck. O evento já passou
por Paris, Milão e Nova York e segue para Hong Kong e
Atenas, em outubro. A etapa brasileira agregará a versão
de Amir Slama, da Rosa Chá, que segue com o evento itinerante. A exposição mostra criações de oito grifes internacionais sobre a cadeira Mademoiselle, como Dolce&Gabbana, Valentino, Ermenegildo Zegna e Moschino.
ACELERADO
Com a expansão das atividades de construção, o ritmo
de contratações na indústria de materiais também segue
acelerado. O número de empregados do setor cresceu
4,4% no primeiro semestre e chegou a 625 mil em junho,
de acordo com o novo Índice de Emprego, desenvolvido
em parceria pela Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) e pela FGV Projetos.
SOBREVIVENTES
Os investimentos das micro e pequenas empresas estão aumentando, de acordo
com o Sebrae. Uma pesquisa
da entidade com o tema Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas mostra que os
valores em investimento fixo por empresa saltaram dos
R$ 46 mil em média, em
2003, para R$ 61 mil, em
2005. Na pesquisa referente
ao triênio anterior, entre os
anos 2000 e 2002, o patamar ficava na casa dos R$ 30
mil. Já os valores em capital
de giro entre as ativas também aumentou, de R$ 19,3
mil para a marca dos R$ 25,7
mil. Os dados completos do
estudo serão divulgados na
próxima segunda-feira pela
entidade.
CULTURAL
Gilberto Gil (Cultura) e o
economista Paulo Rabello
de Castro fazem palestra hoje na Bovespa sobre as oportunidades do mercado de
convergência tecnológica e
das industrias criativas. Até
2010, o setor de indústrias
criativas deve atingir U$ 1,8
trilhão, com previsão de
crescimento de 6,6% ao ano.
No Brasil, o mercado está na
casa dos U$ 15 bilhões, registrados em 2005, e deve atingir U$ 22 bilhões em 2010,
com taxa de crescimento
anual estimada em 8,4%. O
Brasil tem potencial de crescimento porque tem características como um mercado
interno expressivo e legislação como as Leis de Incentivo à Produção de Conteúdo
Audiovisual.
ELE É CARIOCA
O governador do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral, é o
convidado do Lide (Grupo
de Líderes Empresariais)
para o próximo almoço-debate, no próximo dia 20, no
Hotel Renaissance, em São
Paulo. Em discussão, entre
outros temas, o crescimento
econômico do Estado.
CHOCOLATE
A Nestlé acaba de lançar
nova versão do chocolate Alpino, uma seqüência de três
bombons no mesmo tablete
de 35 gramas. O lançamento
é o segundo da marca em
2007 e será comercializado
em todo o país. A Nestlé espera aumentar em 30% o volume de vendas da marca.
CORRIDA AMBIENTAL
A China tem hoje cerca de
20 mil empresas certificadas
pela norma 14001, que assegura a responsabilidade ambiental das empresas -alta de
66% ante 2005. O Japão, líder
na certificação, tem 30 mil. O
Brasil, com 3.500 certificadas,
é o primeiro na AL. Para o
professor da UFRJ Haroldo
Lemos, a diferença é que na
China certificação ambiental
é hoje questão de Estado.
OTIMISMO
Os empresários da indústria do cobre estão otimistas.
Em recente consulta do Sindicel e da ABC, entidades
que representam o setor,
mais da metade aposta em
crescimento de no mínimo
10% no terceiro trimestre
deste ano. Quase 20% deles
acham que as vendas terão
um desempenho digno de
Tigre Asiático. Ninguém
aposta em retração.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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